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Bagé e o cinema gaúcho

Em 09/09/2024 às 07:40h, por José Carlos Teixeira Giorgis

Consta que o cinematógrafo chegou Theatro São Pedro e em dois cafés-concerto da Rua da Praia em Porto Alegre, dois anos após a primeira sessão da novidade no Bulevar dos Capuchinhos, Paris, em 28 de dezembro de 1895. O cinematógrafo era reprodução dos aparelhos originais dos Irmãos Lumière, com pouca nitidez e trepidações; e as projeções limitavam-se a sequências de documentários de minutos de duração sobre lugares pitorescos, desfiles militares, coroação ou funerais de reis, duques e flagrantes de estadistas, segundo Tuio Becker.

Os primeiros registros também aconteciam em circos e companhias de variedades, como “Chegada de um trem”, e feitos com um projetor acoplado a um “fonographo”. Vindo de Florianópolis passou pelo interior do Rio Grande, inclusive Bagé, em abril de 1898, a Companhia de Variedades do Teatro Lucinda, do Rio de Janeiro, dirigida por Germano Alves, projetando tais cenas. Em 1904, ainda no Theatro São Pedro, os irmãos Fellipi exibiram as primeiras filmagens feitas em diversas cidades, entre elas Bagé, e “A Defeza da Bandeira Nacional”, em 29.09, que seria um dos embriões do cinema gaúcho de enredo, para Antonio Jesus Pfeil. Todavia, momento histórico importante aconteceria no ano de 1913, quando chega a Pelotas a Cia Dramática do ator português Francisco Santos. Naquela cidade era comum encontrar pelas ruas José Brisolara com a sua “rodar-manivela” que documentara paisagens da região. Também os irmãos Grecco e Eduardo Hirtz, dono do Cinema Apolo. Francisco Santos orientava seus trabalhos com o “cinema-posado”, ou seja, com atores, entre eles “Os óculos do Vovô”, em duas partes, um dos mais antigos fragmentos do cinema de ficção.

As produções amparavam seu sucesso em acontecimentos trágicos, assaltos e crimes. Quando Francisco transitou por Bagé, a polícia descobrira o sequestro de uma mulher, mantida em cativeiro pelo esposo em um chiqueiro. O ator registrou o fato, o que causou indignação no povo. Francisco escapa e passa a noite revelando o material filmado num vagão de trem transformado em laboratório, enquanto viajava de retorno. Já em Pelotas, de manhã, projeta as imagens de “Marido-Fera” ou “A Mulher do Chiqueiro”, que teve grande sucesso em todo o Estado, filme proibido em Bagé pela polícia. A obra, pois, é uma das pioneiras na cinemateca gaúcha. Aos pesquisadores cabe agora completar o protagonismo local nesta arte (e a mim, maiores detalhes sobre o processo, guardado em arquivo judicial).

*.*.*.

É conhecida a recomendação de Tolstói para cada um privilegiar sua aldeia em seus misteres literários. É a tendência natural do escritor ater-se a seu local, seu grupo familiar, os fatos ali vividos, as experiências singulares. É o caso de Giselda Maria Lopes Lucas em seu sexto livro, que se enlaça com anteriores referências aos momentos passados em Lavras do Sul e Bagé, cenários onde cumpriu os episódios narrados.

“Partindo de Bagé, seguindo pela carreteira, após passar pela Vila de São Sebastião (em Torquato Severo, distrito de Dom Pedrito), na encruzilhada formada pelo corredor que conduz à antiga estação ferroviária de Três Estradas e pela estrada que leva até Lavras do Sul, justamente al, na localidade do Tabuleiro, ficava a sede da nossa Fazenda Três Águas (a uma distância de 50 km de Bagé”. É o plano piloto onde vão conviver pessoas, com seus costumes e crenças, valorizando desde logo o núcleo familiar e suas circunstâncias. Os professores de técnica literária costumam recomendar aos alunos a preocupação com o detalhe, a geografia do ambiente. Giselda fotografa com precisão o lar de sua infância e com isso consegue consolidar a imagem clássica de uma estância, seus móveis, seus arredores e até seus jardins e plantas, “os ruídos da fazenda”. A par dos “tempos de campanha”, o leitor se desloca com ela para a cidade, sua vida de casada, onde se focalizam também instantes históricos, fatos e episódios que pela singularidade merecem a consagração da memória. De agradável leitura, o livro contém ainda pinturas e telas que expressam motivos que assessoram o conteúdo escrito (“Memórias & Fatos”, LEB editora, 2024).

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