Região
Aceguá recebe supervisão ocupacional do Incra
por Melissa Louçan
As visitas lote a lote em assentamentos federais da reforma agrária no Rio Grande do Sul chegaram ao município de Aceguá. Serão visitados os 120 lotes dos dois assentamentos criados pelo Incra/RS: Jaguarão e Jaguarão Grande/Sete Povos. A previsão é que os trabalhos sejam encerrados na próxima semana.
A ação integra o plano de trabalho da parceria entre o Incra e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), através de um Termos de Execução Descentralizada. O objetivo é realizar a supervisão ocupacional dos lotes federais em sete municípios gaúchos, totalizando 2.755 parcelas.
“É muito bom receber uma visita assim”, diz o agricultor Arlindo Vicente dos Santos, assentado há 27 anos no projeto Jaguarão. Ele e a esposa Josefa Pereira responderam ao questionário no dia 11. “Já veem o jeito que nós temos, como a gente vive”, explica.
O casal criou os quatro filhos com o trabalho no lote – especialmente com a produção de leite. Hoje aposentados, residem sozinhos na parcela – a atividade leiteira, muito exigente, foi trocada pelo plantio de soja, milho e mandioca. Arlindo disse que a equipe registrou informações inclusive sobre as condições da moradia. “Se viesse recurso para reformar, seria bom. Mas a nossa prioridade mesmo é água”, aponta. O lote conta com uma cisterna, mas as estiagens frequentes têm prejudicado a utilização do reservatório.
Levantamento - As atividades de supervisão ocupacional através do TED iniciaram em dezembro do ano passado em São Gabriel (635 lotes). Seguiram para Santana do Livramento (712 lotes) em fevereiro, e no mês seguinte para o assentamento Rubira/Conquista da Luta, em Piratini (78 lotes). Paralelamente a Aceguá, a equipe também está concluindo o trabalho iniciado em março em Hulha Negra – onde resta o PA Santa Luciana para encerrar as vistas a 370 lotes federais no município.
Ainda serão realizados roteiros em Candiota, Canguçu, e nos assentamentos federais restantes em Piratini. As visitas são realizadas por oito técnicos contratados pelo Instituto Educar – entidade selecionada pela UFSM para executar os serviços.
Informações – Além de verificar a situação de ocupação atual de cada lote, as entrevistas possibilitam a atualização cadastral das famílias assentadas, a identificação de possíveis ocupantes irregulares passíveis de serem regularizados e de lotes que possam, eventualmente, serem posteriormente destinados a novas famílias. Os dados são inseridos na Plataforma de Governança Territorial (PGT) do Incra, para compilação e análise dos servidores da autarquia.
Através do questionário aplicado também são coletadas informações sobre infraestrutura, produção, organização, entre outros aspectos dos assentamentos. Esta base de dados vai alimentar o Sistema Integrado de Gestão Rural (Sigra), ferramenta elaborada pela UFSM.