Região
Área do Candiotão deve abrigar empresas do Polo Carboquímico
por Jaqueline Muza
A Prefeitura de Candiota realizou, na quarta-feira, dia 10, uma solenidade de boas-vindas para a empresa brasileira Vamtec e a gestora do grupo alemão ICMD, que irão investir R$ 420 milhões na construção de uma indústria no Polo Carboquímico de Candiota. O aporte é para o projeto Ferroligas Candiota, que fabricará a liga metálica FeSIAI (Ferro Silício Alumínio) a partir do carvão de alta cinza, produto já usado na desoxidação do aço pelo setor siderúrgico e no aproveitamento sustentável do carvão de Candiota, com projeto de gaseificação do carvão e produção de metanol, ideia que deve ser implementada em 2025. Os empreendimentos devem utilizar a área do Candiotão para implementação e, por isso, já fizeram uma visita técnica no local.
O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, destacou os benefícios esperados. “O projeto é viável e tem a participação de um grupo que domina a tecnologia”, enfatizou.
A Vamtec é um grupo industrial de 43 anos de atividades, com várias plantas nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Atua especialmente no setor siderúrgico e de ferroligas. A empresa está envolvida no desenvolvimento da Região da Campanha. O prazo para início das atividades é até o fim de 2027.
A expectativa de faturamento do primeiro projeto é de R$ 300 milhões anuais e entrega de R$ 40 milhões em impostos por ano. A geração de empregos também está no planejamento, com projeção de 1 mil postos de trabalho diretos na etapa de construção da planta e de 330 vagas diretas na fase de operação.
O projeto Ferroliga FeSIAI – Ferro, Silício e Alumínio utiliza a redução do carvão com alto teor de cinzas (uma característica do minério encontrado em Candiota) para criar um produto alternativo, mais barato e com melhor rendimento que o tradicional, para a desoxidação de aço. O grupo ICMD detém a licença global deste processo, que utiliza uma tecnologia original desenvolvida no Cazaquistão.
A produção estimada é de 36 mil toneladas por ano, com um mercado potencial para 170 mil toneladas. O investimento também contempla oportunidades para programas de desenvolvimento social, educacional e de saúde, além de troca de experiências nacionais com a China.