Segurança
Mandante de homicídio é condenado; outros réus são absolvidos
por Rochele Barbosa
Terminou, às 20h40min desta terça-feira, dia 26, o julgamento de três réus acusados de matarem, em 13 de março de 2017, Jerri Naim Oliveira Saraiva, na rua Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro Santa Flora.
Carlos Marcelo Hernandes Vasconcellos, de 47 anos, foi condenado a 18 anos de reclusão, em regime fechado. Os outros dois acusados de serem os executores foram absolvidos. Uma mulher que seria participe do fato já é morta.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o condenado de 47 anos, mandante do fato, e os executores, de 43 e 37, assim como a partícipe, de 67, em comunhão de esforços e conjugação de vontades, mediante disparos de arma de fogo, mataram a vítima. Consta, na denúncia, que, para a execução do delito, o denunciado, mediante pagamento ou promessa de recompensa e por motivo torpe, com efeito, previamente conluiado e ajustado com os executores, "ordenou a morte do ofendido, com quem nutria desavença relacionada ao tráfico de drogas, notadamente por disputas por pontos de venda, bem como por vingança, em retaliação à tentativa de homicídio de que foi vítima, cujo autor desconfiava tivesse sido Jerri Naím".
Testemunhas
Foram ouvidas quatro testemunhas de acusação, sendo o pai da vítima, o delegado titular da investigação, um policial civil e um policial militar.
O pai da vítima contou que Carlos Marcelo tinha uma desavença com seu filho. "Eles eram parceiros e um dia ele esteve lá no local e foi tirar satisfação de quem teria tentado matar ele. E aí ele desconfiava que tinha sido o Jerri", contou.
O delegado, por sua vez, ressaltou que, na época, foi criada uma força-tarefa, pois, naquele ano, teve mais de 20 homicídios. "O fato foi devido a desacordos comerciais do tráfico de drogas. Chegamos à autoria por testemunhas e também por encontrar elementos que comprovaram", explicou.
Os dois policiais contaram que participaram de execução de mandados e também de busca pelo veículo no momento do crime.
Além deles, foram ouvidas ainda três testemunhas de defesa dos réus absolvidos, que relataram estar com eles, ver eles no momento que ocorreu o fato.
Interrogatórios
Os dois réus absolvidos contaram a mesma versão, que não cometeram o crime, que não estavam no local e que mal conheciam o réu condenado, apenas sabiam quem era do tempo que estiveram presos.
Já Carlos Marcelo disse ser inocente, alegou que era amigo da vítima, que ficou sabendo da morte depois do fato. "Eu tinha envolvimento com o tráfico e fui preso. Estava no regime semiaberto, quando isso aconteceu. A moto que eu tinha não saía da garagem e eu fiquei sabendo somente depois que ele tinha morrido, sobre a tentativa de homicídio que eu sofri", concluiu.
Após os testemunhos, o júri decidiu pela condenação do acusado de ser o mandante do crime.