Segurança
Réu é condenado a mais de 20 anos por matar vítima com 14 facadas
por Rochele Barbosa
Éverson Fagundes da Silva, de 49 anos, foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão em regime fechado, em julgamento realizado nesta quinta-feira, dia 21, no Fórum de Bagé, pela morte de Róger Lara Oliveira, ocorrida ano passado, na rua professora Angélica Gomes Jardim, bairro Castro Alves.
No caso, segundo denúncia do Ministério Público, o denunciado, 'agindo por motivo fútil, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, deu início ao ato de matar a vítima Róger Lara Oliveira, vindo a consumar o resultado morte, em decorrência das lesões causadas, no dia 10 de maio de 2023'. Consta que, na ocasião, após retornarem de um aniversário, o acusado discutiu e agrediu sua então companheira, sogra da vítima, inclusive quebrando vários objetos no interior da residência. 'Ato contínuo, o denunciado colocou uma faca na cintura, quando ela buscou guarida e proteção na casa de sua filha, com seu genro (vítima do fato), que reside em outra residência, mas no mesmo terreno. Na sequência, ela deu-se conta de que seu telefone celular havia fica em sua casa, quando, acompanhada do ofendido, que é seu genro, dirigiram-se ao local, a fim de buscar o aparelho. Ao chegarem ao local, o denunciado, após breve discussão, partiu em direção à vítima, derrubando-a ao chão, quando sacou a faca que portava na cintura, com a qual lhe desferiu, múltiplos, reiterados e intensos golpes, atingindo-a em diversas regiões anatômicas, inclusive pelas costas, dentre as quais, couro cabeludo, face, pescoço, tórax, abdômen, e membros superiores e inferiores'.
Oliveira foi socorrido e encaminhado, em estado grave, à Santa Casa de Caridade de Bagé, onde recebeu atendimento médico, inclusive intervenção cirúrgica de urgência. Contudo, posteriormente, a vítima morreu em decorrência da gravidade das lesões causadas. O laudo pericial apontou como causa mortis “Choque séptico e hemorrágico por trauma pérfuro inciso pulmonar, hepático e Cólon”.
Depoimentos
Foram ouvidas quatro testemunhas de acusação: a esposa e a sogra da vítima, o delegado titular do inquérito e um policial civil responsável pela investigação.
O depoimento da viúva foi o mais emocionante. Ela chorou durante vários momentos e relatou que o companheiro de sua mãe, na época, desferiu diversos golpes de faca na vítima. "Quando ele começou o relacionamento com a minha mãe, ele era trabalhador, ajudava. Depois só ficava no sofá e mexia no celular. Daí eu soube, naquele dia, que a minha mãe era agredida e ameaçada por ele", explicou.
A sogra da vítima contou que era vítima de violência doméstica e que no dia do crime ela queria que ele fosse embora e que foi buscar o telefone com o genro quando aconteceu do réu golpea-lo.
O delegado e o policial relataram que ouviram as testemunhas e, após terem o inquérito concluído, remeteram ao judiciário, que deferiu pela prisão preventiva.
Interrogatório
O réu, ao depor, contou outra versão da história. Dsse que foi agredido e que a vítima estava devendo um dinheiro de um serviço que ele havia prestado. "No dia eu falei pra ele. Então me disse que não tinha e se alterou comigo, fazia já quatro meses que ele estava me devendo", contou.
Depois, o réu ainda relatou que a vítima que o agrediu primeiro e, por isso, apenas se defendeu. "Ele me deu um soco na boca, que inclusive me arrancou o dente da frente. Depois ainda veio com uma cadeira em minha direção, daí eu peguei uma faca de cozinha que estava ali e desferi os golpes. Não contei quantas facadas, porque não sou psicopata e depois fui embora. Eu apenas me defendi", finalizou.
O julgamento durou todo o dia, começando às 9h30min e terminando por volta das 19h45min desta quinta-feira, dia 21.