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Outonos
"E como no outono as folhas caem para se renovarem com as estações seguintes. Aqui estou eu, sem medos, só permitindo minhas folhas se libertarem para as próximas estações que vivenciarei." (Maya Bragança )
por Giana Cunha
Desde os seis minutos do dia 20 de março, já é outono. Sutilmente, recebemos os sinais da natureza de que a estação está a se configurar. Nas praças, as folhas secas lentamente caem das árvores, formando um tapete em tons de marrons e beges.
As paineiras ainda têm as flores do verão, mas também começam a cobrir de rosa o entorno das frondosas árvores.
As formigas cortadeiras já indicam que logo ali será inverno: o tempo de se recolher. E, enquanto ele não chega, é hora de dar duro para garantir a subsistência nos tempos de frio.
As cores já estão diferentes, o sol não é tão laranja e a luz pende para o amarelo. Ah, como é linda a luz do outono! A brisa morna das tardes de verão vai abrindo espaço para o vento fresco que traz ares de renovação.
Mario Quintana ao observar, com seu olhar peculiar, escreveu: “É uma borboleta amarela? Ou uma folha que se desprendeu e que não quer tombar?” Percepções de outono que fazem analogia com a vida.
A estação que se inicia chega para transformar, derrubam-se as folhas, sobram os galhos que parecem secos e mortos. Mas não, começa tudo a ficar quietinho. O tempo de pausa que se insataura. Tão necessário para transformar.
Em breve, rebrotaremos, floresceremos de novo, com todas as cores vibrantes que a vida merece ter.