Região
Uso de carvão para gerar fertilizante: o que grupo chinês projeta para a região?
Entre os principais objetivos de visita está o estabelecimento de parcerias estratégicas e o fomento ao desenvolvimento de tecnologias de descarbonização
por Melissa Louçan
A presença os executivos da empresa chinesa JNG, conhecida por sua competência em tecnologia voltada para a redução de emissões de CO2, nas cidades de Candiota e Bagé, nos dias 11 e 12 de março, busca fomentar a transição energética na região. A vinda dos representante é resultado de uma série de negociações lideradas por Giuliano Capeletti de Oliveira, responsável pela atração de investimentos estrangeiros para a região da Campanha.
Entre os principais objetivos da visita está o estabelecimento de parcerias estratégicas e o fomento ao desenvolvimento de tecnologias de descarbonização no processo de geração termoelétrica a partir do carvão mineral. Esse movimento é interpretado como um passo concreto na adoção de práticas mais sustentáveis no setor energético, algo que vem sendo almejado tanto por autoridades locais quanto por grupos de apoio ao uso sustentável do carvão mineral.
Giuliano Capeletti de Oliveira, integrante de um destes grupos, ressaltou ao JM a importância dessa visita e das parcerias que estão sendo estabelecidas. Em uma entrevista concedida durante a Expodireto, onde ele se encontrava com empresários chineses, Capeletti de Oliveira enfatizou a relevância desses investimentos para o avanço tecnológico e econômico da região. "Nós já estamos com algumas colaborações. Inclusive, temos alguns contratos já com a Diamante Energia, que é a dona da usina Jorge Lacerda, em Santa Catarina. Já fizemos alguns estudos de viabilidade, estamos vendo os próximos contratos para prosseguir com a realização da dessulfurização por Amônia, num primeiro momento", revelou.
Além disso, Capeletti destacou as potencialidades locais, especialmente relacionadas às reservas de carvão da região. "O Rio Grande do Sul tem mais de 85% de todas as reservas de carvão do país, que, por sua vez, tem a maior reserva de carvão da América do Sul. Sendo assim, o Rio Grande do Sul, caso venha a utilizar a nossa tecnologia, estaríamos não nos tornando autossuficientes na questão de geração de fertilizantes, como também podemos pensar em, num futuro, criar outras mini termoelétricas, que são PCTs, que são pequenas centrais termoelétricas, para queima desse carvão para fazer fertilizante", explicou.
Para o grupo de apoio ao uso sustentável do carvão mineral na matriz energética brasileira, a presença dos executivos da JNG Group abre portas para uma série de possibilidades de cooperação e desenvolvimento tanto na área energética quanto na redução de emissões de CO2, colocando a região da campanha em destaque no cenário nacional e internacional de inovação e sustentabilidade.
A agenda dos executivos inclui visitas técnicas a empresas do setor, como a Usina Pampa Sul e a Seival Sul Mineração, além de encontros institucionais com autoridades locais, como o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, e representantes da Âmbar Energia. Além disso, está prevista uma visita ao Laboratório de Energia e Carboquímica da Unipampa, em Bgaé, onde serão discutidas possíveis colaborações em pesquisa e desenvolvimento.
A JNG Group, sediada em Gaochun, Nanjing, é reconhecida por oferecer soluções integradas para o consumo de energia renovável, economia de energia, controle de poluição e captura e utilização de carbono (CCU) para diversos setores industriais. Com uma área de 135.000 metros quadrados dedicados à pesquisa e desenvolvimento, a empresa está empenhada em oferecer equipamentos e tecnologias de ponta para promover um futuro mais sustentável.