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Esportes

Dos socos no escuro para a luta por um contrato no UFC: a história de Paulo Renato Júnior

Em 05/07/2022 às 14:35h
Yuri Cougo Dias

por Yuri Cougo Dias

Dos socos no escuro para a luta por um contrato no UFC: a história de Paulo Renato Júnior | Esportes | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Lutador viaja para Las Vegas no dia 6 de agosto - Foto: Yuri Cougo Dias

Dos problemas na adolescência e momentos de solidão, mas que moldaram um vencedor que acumula 10 vitórias e apenas uma derrota no MMA. Em poucas palavras, eis um resumo da trajetória de Paulo Renato Gonçalves Júnior, 28 anos, categoria peso-pesado. No dia 9 de agosto, subirá no octógono do reality show Contender Series, em Las Vegas (EUA), para uma luta valendo um contrato no UFC. O evento, inclusive, terá transmissão do Canal Combate.

Morando há 12 anos em Bagé, Paulo Renato visitou à redação do JM e contou os bastidores da preparação, bem como trouxe detalhes de toda a trajetória para chegar ao patamar atual, em busca de uma vaga na maior organização do mundo dentro do MMA.

Salto na carreira em Rio Grande

Após integrar equipes em Bagé, Paulo Renato recebeu um convite, há mais de um ano, para integrar a Infinity Fight Team, em Rio Grande, presidida por Thiago Magalhães. Mediante auxílio de alimentação e moradia, o atleta consegue se dedicar integralmente, com três treinos por dia, ficando durante a semana na cidade. Após uma série de contatos, o cartel de Paulo Renato chegou ao agente Tiago Okamura (que trabalha para Jéssica “Bate-Estaca” e mais de 20 atletas do UFC), que conseguiu desdobrar a oportunidade para que Paulo Renato lutasse no Contender Series. A confirmação veio há três meses, com base no ranking nacional e resultados recentes do lutador que é radicado em Bagé.

Na semana passada, mudou o adversário. Agora, será um americano que já lutou no Contender Series e, inclusive, venceu. Entretanto, acabou não sendo levado ao UFC, pelo fato da organização não ter gostado do estilo de luta mais “amarrado”. Após conseguir uma série de documentações e realizar diversos exames, Paulo Renato esteve, na primeira quinzena de junho, para gravação de vídeos e produção de fotos para o Contender Series. Cada atleta contou sua trajetória em conteúdo que será exibido posteriormente. “Foi um tratamento surreal, tudo pago. Ser reconhecido pelo teu trabalho, as pessoas te respeitarem”, destaca. Agora, o foco é se preparar para o combate e fazer os últimos ajustes. No dia 6 de agosto, embarca para Las Vegas, três dias antes da luta. Depois, ficará na cidade norte-americana por mais um período.

Das brigas na escola para as vitórias em combates

Paulo Renato nasceu em Taquara. Aos nove anos, mudou-se para Caxias do Sul. As raízes são provenientes de problemas que passou na adolescência. Meu pai era agente penitenciário e a minha mãe trabalhava na CEEE. Sempre fui um moleque muito ativo, crescido no meio do esporte, mas muito na brincadeira. Tive uma adolescência forte, com problemas na escola. Fui expulso três vezes por conta das brigas. Nesse meio tempo, me distanciei das atividades. Então, minha mãe chegou e disse: ‘tu quer brigar? Vou te levar numa academia com atletas de MMA e tu vai lá e bate neles’! Comecei a treinar numa academia em Caxias e no primeiro dia fui apelidado de ‘sem noção’. Sentei a porrada num profissional de boxe. Aí o embalo e a vontade de treinar, até que vim para Bagé, aos 16 anos”, conta.

Após passar por vários locais, Paulo Renato se identificou com a academia do professor Franklin Maciel, onde avançou no boxe, kickboxing e muay thai. “Chegou um dia que ele olhou pra mim e disse: ‘se quiser competir tu pode fazer tudo de graça e, em troca, participa de alguns campeonatos em nome da academia’. Eu pensei: vou crescer e vencer a minha mesmo. Depois de umas 30 lutas, com muitas vitórias, começamos a querer mais coisas: foi aí que chegou o MMA”, relata.

A derrota no jiu-jitsu e busca por algo a mais

O currículo de Paulo Renato só melhorava. Porém, na segunda luta no MMA, sofreu uma derrota que lhe causou um longo trauma. Mas foi justamente por esse abalo que o atleta conseguiu desenvolver além do que a cidade oferecia. “Tive a minha primeira e única derrota de MMA, contra um lutador faixa preta de jiu-jitsu. Me senti indefeso, impotente, mexeu com minha cabeça. Fui para o Rio de Janeiro, em Niterói, e Curitiba para treinar jiu-jitsu. Em todos os lugares tinha atleta do UFC. Me dediquei muito ao jiu-jitsu. Depois, voltamos com uma vitória atrás da outra. Até que sai da academia do Franklin e fui para o Thiago”, comenta.

Concurso público, ok. E agora, UFC?

Depois de momentos de dificuldades, algumas até emocionais, Paulo Renato conta que se encontrou com o ambiente na academia de Thiago, em Rio Grande. “Lá eu realmente senti que ele se dedicava a mim, que realmente queria que eu alcançasse. Passei por lugares que pessoas te induziam, mas com o objetivo de te sugar. E vi que o Thiago não tinha isso. Claro, ele sempre terá o merecimento dele e a porcentagem, mas vi que ele cuida de todo mundo. Estou lá faz um ano, fiz duas lutas e ganhei as duas. Lembro que ele disse que, em 2022, eu iria passar num concurso público, sou formado em Educação Física, e que entraria no UFC. Aliás, sempre conciliei os estudos e a luta. E realmente, consegui passar no concurso da Susepe e agora surgiu a oportunidade do Contender Series”, observa.

Quando recebeu a notícia que participaria do Contender Series, Paulo Renato afirma que passou um “filme” de toda a trajetória em sua cabeça, reforçando que tudo valeu à pena. "Em Bagé, ganhei campeonatos brasileiros treinando sozinho, no escuro, correndo durante a noite. Muita gente opinava, só te botavam para baixo, dizendo que era difícil, e eu lá sempre correndo. Sempre lembro desses momentos de solidão, dando socos no ar. Quando corria, minha mente projetava coisas que eu queria. Com o tempo, fui sabendo assimilar quem podia agregar realmente algo de bom e quem eu tinha que tirar da minha volta. Às vezes na vida, nos acostumamos com aquele ambiente e achamos que aquilo é normal, mas não é”, salienta.

Por fim, crê que todos os passos aconteceram no momento certo. “Deus sempre tem algo pra ti, ele observa teus sacrifícios. Foi na hora Dele. Por isso, me sinto confiante, com uma rapaziada muito gente boa em Rio Grande, oportunidade que dificilmente surge no Brasil, do atleta só dormir e treinar. Deus vê tudo isso, acredito nisso”, conclui.

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