Urcamp
Novembro marca Prevenção Nacional do Câncer Bucal
por Redação JM
por Mariana Muza e Sabrina Monteiro
Acadêmicas de Jornalismo da Urcamp
Em novembro, há uma semana dedicada à Prevenção do Câncer Bucal. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é um tumor maligno que afeta lábios e estruturas da boca como gengivas, bochechas, céu da boca, língua e a região abaixo.
A cirurgiã dentista Valéria da Cunha Elias explica que o câncer bucal, em estágios iniciais, não apresenta sintomas. “O ideal são consultas com o cirurgião dentista a cada seis meses, para avaliação e prevenção da doença”, destaca, reforçando que o diagnóstico precoce é essencial no prognóstico da doença e aumenta as chances de cura em 95%.
Já a dentista Mariana Mallmanm, explicou os principais sinais que devem ser observados e as principais causas da doença. Mariana disse que o tabagismo e o alcoolismo são os aliados do câncer. “A fumaça dos cigarros, cachimbos e charutos também aumenta o risco de contrair esse tipo de câncer. Produtos orais do tabaco estão relacionados com cânceres de bochecha, gengiva e superfície interna dos lábios. O consumo de álcool, aumenta o risco de desenvolver câncer de cavidade oral e de orofaringe”, afirmou, destacando que pessoas alcoólatras e fumantes têm um risco a mais de desenvolver a doença, que é em torno de 30 vezes maior do que pessoas que não fumam ou bebem.
Quando procurar ajuda e quais sinais deve-se observar?
Lesões (feridas), na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias;
Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas;
Nódulos (caroços), no pescoço;
Ronquidão persistente;
Nos casos mais avançados observa-se:
Dificuldade de mastigação e de engolir;
Dificuldade na fala;
Sensação de que há algo preso na garganta;
Dificuldade para movimentar a língua;
A médica Lidiane Klauck falou sobre como a doença pode ser prevenida, além de mencionar como o tratamento pode ser feito. “Não fumar, evitar o consumo exagerado do álcool, usar protetor solar labial, usar proteção (preservativo) durante o sexo oral e manutenção do peso corporal adequado, são alguns métodos de prevenção”, explica Lidiane, além de destacar a boa higiene bucal e a ida ao dentista a cada seis meses.
“O tratamento pode ser quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, mas depende de cada caso e da gravidade da lesão”, fala, pontuando que as chances de cura dependem do diagnóstico, e ainda mais da precocidade em que o tumor for descoberto. “Isso aumenta a chance de cura e diminui as sequelas”, finaliza.
Superação de quem já enfrentou e venceu a doença
Elso Rodrigues Lima, 59 anos, foi diagnosticado com câncer na garganta após sentir desconforto no local e no ouvido, em 2012. Após uma cirurgia, Lima passou por um total de 21 quimioterapias e 36 radioterapias.
Passando por um tratamento que durou cerca de oito anos, o pai de sete filhos diz se sentir vitorioso após combater a doença. “Não foi fácil receber alimentação por sonda, e enfrentei isso por um bom tempo. Contei totalmente com a ajuda e apoio da minha família, que estiveram comigo durante o tratamento”, disse. Ao ser questionado sobre os medos enfrentados, o trabalhador diz que enfrentou muitos, principalmente o medo de não resistir. “Em alguns momentos pensei que fosse morrer, e que não fosse aguentar tudo aquilo. Hoje, me sinto bem e carrego algumas sequelas comigo”, conta.
Lima carrega uma dificuldade na fala atualmente, mas conseguiu vencer a doença e, agora, pode aproveitar a infância dos netos.