Esportes
A despedida do “Tio” Dorvalino Torbes da colmeia jalde-negra
por Yuri Cougo Dias
O futebol bajeense perdeu um dos seus ilustres torcedores. No caso, do bairro Menino Deus. Aos 64 anos, Dorvalino Torbes, conhecido carinhosamente como “Tio Dorvalino”, faleceu na quinta-feira. Mesmo residindo em Porto Alegre, acompanhava de perto a rotina do Grêmio Esportivo Bagé e não perdia um jogo sequer do jalde-negro na região metropolitana. Inclusive, na partida de segunda-feira, o Abelhão entraria em campo, contra o Inter-SM, todo de preto e com uma faixa de agradecimento a Dorvalino – o jogo foi adiado para terça-feira, 15h, Pedra Moura.
Filho de Dorvalino, Diego Torbes conta que a paixão pelo amarelo e preto remonta desde a década de 1970. “Veio para Bagé com os pais dele. Iniciou jogando por clubes amadores, como São Pedro e São Luís. Logo, se destacou e foi chamado para o Bagé, onde jogou com o Aíta e treinou com Galego. Depois, entrou para o quartel e seguiu seu trabalho no setor privado. Porém, o vínculo com o Bagé se tornou muito forte. Sempre pagava antecipadamente a mensalidade de sócio, tanto que o ano de 2021 já está pago, e eu sempre seguirei mantendo isso. Acompanhamos muitos jogos juntos. Ele deixa um legado de amor e carinho, uma pessoa que nunca apontou o dedo para ninguém. Por isso que muitos torcedores estão sentindo muito essa partida”, contextualiza.
Devido à paixão pelo jalde-negro, a família colocou, sobre o caixão, a bandeira do Bagé e ele foi enterrado com uma camiseta do Consulado do Grêmio de Hulha Negra e a calaça de abrigo do Bagé. “Ele torcia muito mais para o Bagé do que para o Grêmio. Ele trabalhava no centro de Porto Alegre e fazia questão de ir com qualquer coisa do Bagé. Vai deixar muitas saudades”, declara o filho Diego, sobre o quanto a paixão pelo futebol move as pessoas e constrói um legado.