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Bagé em 1857 (2)

Em 04/05/2024 às 17:10h, por José Carlos Teixeira Giorgis

Como exposto na semana passada, muito da memória bajeense repousa em um folhetim publicado nos meses de agosto e setembro de 1887, em jornal de Pelotas, por um anônimo, e que fez uma radiografia do município. Que, na época, tinha cinco praças: Matriz, Santos Lugares, Voluntários da Pátria, Constituição e Silveira Martins, lamentando-se, então, que nenhuma delas fosse ajardinada ou “servisse de recreio ao público”. A única beneficiada era a Praça Voluntários da Pátria (hoje Silveira Martins), “por sua posição central, em frente ao Mercado Público e ao Theatro 28 de setembro”, e “deve fazer nove anos que por iniciativa da municipalidade foi alambrada e ali plantaram algumas árvores, como acácias e cinamomos. Como há indivíduos que sempre têm inclinação para fazer o mal e que procuram para isso as trevas da noite, rodearam as árvores com palhas e atearam fogo, não podendo nenhuma delas sobreviver à sanha dos malfeitores”. O documento informa que Bagé tem 1.200 prédios e só quatro sobrados, “sendo um do Sr. Manoel José Gonçalves Guimarães, um de D. Maria das Dores Martins e dois de D. Ignácia Martins”.

A população bajeense era de onze mil habitantes aproximadamente, estando “a cidade situada entre dois ribeiros que a margeiam pelos lados Oeste e Leste: em um deles tem duas pontes, uma em que passa a via férrea e a outra com trânsito ao público a pé e a cavalo. Esta, porém, é colocada ao lado direito do Cerro do Candal, que não dá trânsito a veículos; de ambas as margens dos mencionados ribeiros, está edificado de casinhas campestres, cujos terrenos foram cedidos pela Câmara, às pessoas desfavorecidas”.

Quanto aos colégios particulares, “havia os do Srs. Porto Filho, João Maria Carneiro, capitão Carlos Augusto Pereira de Carvalho, José Alberto Fróes, Júlio Mello e o do Sr. Stott", onde “lecionam-se as matérias primárias e secundárias. A instrução aqui caminha a passos largos para ilustrar a nossa mocidade. Bagé possui em seu seio, três inteligentes filhos formados em direito e medicina, que são os Srs. Drs. Cândido Dias, de Barba, Alcides Lima, * aquele, médico e bacharel e o prestativo e filantrópico Sr. Dr. Pedro Luiz Osório Filho. Este distinto médico pelo seu trato, filantropia e inteligência, tem captado imensas simpatias, e amizades sinceras desta população. O Dr. Pedro Osório Filho não é só médico é caridoso, é o anjo da consolação para o enfermo que o tem à sua cabeceira. Felizmente, este lugar está bem servido de facultativos civis bastante inteligentes e filantrópicos e são eles os distintos cavalheiros Srs. Drs. José Francisco de Azevedo Pena, Nicanor Peña, Pedro Luiz Osório Filho, Lybio Vinhas e Cândido Borba”.

“Desde 1880, até o presente, entre assassinados aqui perpetrados e no município, os que mais vulto causaram pelas circunstâncias foram os dos vassalos suíço Luiz Schneider e português Dezidério de Pinho Oliveira. Schneider foi assassinado em sua própria casa, no dia 2 de novembro de 1884, ao meio-dia, na rua mais frequentada da cidade. Foi ferido por arma branca no pescoço, o que resultou em sua morte em poucos minutos. Dezidério de Pinto Oliveira e uma criada, moradores nos Olhos D’Água, foram igualmente vítimas do punhal de bandidos na noite de 11 de fevereiro do mencionado ano, crucificados a punhalados. Quando acabará a prática do crime? ”

Sobre a cadeia existente, o escritor diz “é um recinto pequeno esburacado, na frente tem uma porta e de cada lado uma janela com varões de ferro: o piso interior é de terra e não há compartimentos, tudo está preso em comum. Num canto há uma latrina onde são lançados os resíduos fecais, e os infelizes ali encarcerados respiram as inalações horríveis daquele foco infecto. Bagé que tem entre 12 a 14.000 habitantes, para vergonha sua, conserva um edifício imundo dessa ordem para nele serem encarcerados homens à nossa imagem. Quem não sabe que as cadeias foram feitas para encarcerar o ser humano?

Alcides Lima, bajeense, e historiador, enquanto juiz em Rio Grande desafiou Júlio de Castilhos, realizando um júri, com votação secreta dos quesitos, quando isso era proibido pelo castilhismo que realizava júris com votação aberta. Foi preso duas vezes e libertado através de habeas impetrados por Rui Barbosa.

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