Celeiro de craques
Entre os apontamentos esportivos de Mário Nogueira Lopes, extraordinário jornalista a que muito deve a memória bajeense, está o texto que relaciona atletas do futebol local que se transferiram para clubes no país ou exterior. Entre os primeiros que migraram para os campos cariocas, paulistas e mineiros, alguns até chegando à seleção nacional, estão Lagarto, no Fluminense; Anibal Candiota para o Flamengo (onde também jogou Raul Candiota), Martin Silveira e Otacílio para o Botafogo, para onde também foram Carlos Calvete, Max Ravaza, Danúbio Carvalho, Franquito e Lugano. Para o Fluminense, ainda Ballejo e Branco. Para o Vasco da Gama, Pacheco, Gainete e Saulzinho. Para o América, Bejeja. Para o Sâo Cristóvão, Balverdú e Vélez. Para o São Paulo, Leivas, Chinês e Celso. Para o Corinthians, Paulo Sérgio Brasil. Para o Santos, Alfeu, Tom-Mix, Raul Calvete, Vicente, e para o Palmeiras, Tupãzinho e Ênio Chaves. Para o Cruzeiro, Didi Pedalada, Luiz Fernando e Darcy Menezes.
Mas há quem fosse para o exterior, como Sady “Picão’ Gatto que jogou na Áustria. Luiz Fernando Flores, em Portugal, como Branco, também Pocho, Antônio, João Pedro, André Luiz. No Uruguai, Piva, Max Ravaza, Picão e Jorge Bidú. Na Argentina, Pedrinho Cogoy, além de Martin Silveira. Colômbia, João Pedro, Antônio e Alex. Paraguai, Suca. Itália, Branco, que também atuou nos Estados Unidos. No México, Didi Pedalada, Bejeja, Anderson, Aguinaldo e Luciano Rita. China e Grécia, André Bajé. Japão, Índia e Malásia, Márcio Ribeiro. Na Venezuela, Jesus “Macho” Martins, que esteve ainda na Espanha e Alemanha. Espero que os leitores atualizem a lista para o cronista.
*Quando o Guarany inaugurou os refletores de seu estádio em 23 de dezembro de 1952, perdeu para o Pelotas por 2 a 1. Mas seguiu-se o festival com outras partidas, disputadas já em 1954. Assim Guarany 3 x Grêmio Porto-alegrense 1 (Nadir, 2 e Velho); Guarany 2 x Internacional 2 (Velho e Miguel); Guarany 3 x Floriano 1 (Mitinho, Velho e Zezo); Guarany 2 x Cruzeiro 1(Nadir e Miguel); Guarany 1 x Brasil 0 (Nadir); Guarany 3 x Wanders, de Melo (2); e Guarany ) x Olaria, do Rio, 0. O time contou com o seguintes atletas: Darcy, Lugano, Getúlio, Bataclã, Caboclo, Bexiga, Athayde, Carioca, Raul, Carlos Calvete, Miguel Gularte, Nadir, Velho, Zezo, Luiz Carlos (que fez o único gol contra o Pelotas), Bica e Mitinho. Já no domingo seguinte ao festival o Guarany perderia para o Cachoeira, por 1 a 0.
*Mário Lopes alude que, possivelmente, o Guarany foi o primeiro time brasileiro a jogar no exterior (Melo, 20.07.1913), primazia que outros atribuem ao Americano, de São Paulo, que em agosto de 1913 excursionou pelo Uruguai e Argentina. A seleção nacional viajou para tais países apenas em setembro de 1914.
*Mário, finalmente, na década de 40, é o autor da expressão “Ba-Gua” que, curiosamente não cunhou para futebol, mas para um clássico de basquete na Praça de Desportos.