Saúde
Hospital Universitário desenvolve conscientização para prevenir câncer de mama durante Outubro Rosa
Ginecologista Julia Castilhos aponta a necessidade de fazer detecção precoce da doença: “A gente sabe que quando o diagnóstico é feito no início da doença, temos condições de curar até 90% dos casos"
por Redação JM
Desde 2018, o mês de outubro carrega uma simbologia marcante no que diz respeito às campanhas nacionais de saúde pública. A partir de uma legislação aprovada naquele ano, o Brasil definiu algumas formas de destacar a prevenção contra o câncer de mama e a sensibilização dos grupos de risco quanto à sensibilização popular, uma vez que a enfermidade é apontada como uma das mais letais formas de câncer. Em Bagé, o Hospital Universitário da Urcamp também desenvolve suas atividades voltadas à mobilização de seus pacientes e profissionais da saúde.
“A gente sabe que o câncer de mama é a doença oncológica mais prevalente no mundo feminino. Então o tema virou motivo de campanha internacional de conscientização”, afirma a ginecologista Julia Castilhos. Segundo a médica, os últimos anos têm trazido números alarmantes de câncer entre as jovens, o que ressalta a necessidade de campanhas de conscientização para que todas as mulheres façam seus exames periódicos, ação determinante para agir em duas diferentes dimensões de prevenção. “Na prevenção primária estão todas aquelas medidas que podemos adotar para evitar o câncer. São aquelas condutas de estilo de vida saudável, como dietas, menos ingestão de bebidas alcoólicas, uma atividade física de pelo menos 150 minutos semanais”, indica.
Já como medida de prevenção secundária Julia aponta a necessidade de fazer detecção precoce da doença. “A gente sabe que quando o diagnóstico é feito no início da doença, temos condições de curar até 90% dos casos. Então, quando falamos nesta prevenção, falamos na mamografia, que atualmente é indicada de forma universal para mulheres a partir dos 40 anos”, recomenda. A profissional destaca, entretanto, que para as pacientes que têm histórico familiar positivo, que os exames comecem pelo menos 10 anos antes, oferecendo condições melhores para o aumento das taxas de cura.
A ideia da campanha é que as mulheres aproveitem o mês de outubro para fazer sua revisão ginecológica anual. Um dos objetivos é que, incentivadas a cuidar da mama, as mulheres sejam estimuladas a promover, também, um rastreio do câncer do colo de útero, cuja frequência tem uma taxa muito alta. “Nós estimamos que um câncer de colo de útero leve uns cinco a 10 anos para se desenvolver, por isso a assiduidade dos exames podem evitar que pequenas lesões se transformem em tumores graves”, alerta.
Já para o diretor do Hospital Universitário da Urcamp, Leandro de Deus, embora o período seja dedicado à mobilização das mulheres, há outros públicos importantes para a mudança na taxa de incidência do câncer de mama. “Acredito que devamos também sensibilizar os homens. Eles têm esposas, irmãs, mães e filhas, para quem devem dedicar sua atenção e cuidado. Então, se eles ajudarem na divulgação destes dados e incentivarem suas mulheres a fazerem os exames, os resultados serão melhores”, acredita.
O Outubro Rosa também é tema de palestras ao longo de todo o mês no HU. As informações são compartilhadas com os colegas e pacientes mediante o desenvolvimento de encontros e debates do Outubro Rosa para funcionários.
De acordo com dados atualizados do INCA, foram registrados 2,3 milhões de mulheres com câncer de mama no mundo em 2024. No Brasil, foram 74 mil os novos casos durante o ano. A estimativa de risco é de 66,54 casos de câncer por 100 mil mulheres.
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