Saúde
A importância de informação na prevenção ao câncer renal
por Giana Cunha
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou um levantamento sobre os casos de câncer renal no Brasil, com o registro de mais de 12 mil diagnósticos por ano. A falta de informação sobre a doença, segundo o órgão, é um dos fatores que atrasa o diagnóstico e atrapalha o tratamento.
A doença costuma ocorrer em homens acima dos 40 anos, que são o principal grupo de risco. Os casos aumentam principalmente na faixa entre 85 e 89 anos e são muito menos frequentes em mulheres (um a cada 82 diagnósticos).
O grande problema é que, na maioria das vezes, o câncer renal não apresenta sintomas. E não há exames específicos para diagnosticar a doença precocemente. É por isso que os pacientes que se encaixam no grupo de risco devem conhecer a doença, realizar acompanhamento médico regular e estar sempre alertas para qualquer sinal do câncer. Em geral, é a presença de outros casos na família que levanta a suspeita.
O oncologista clínico da Oncoclínicas RS, Vinicius Knackfuss Gonçalves, explica que: “Não existem protocolos de rastreamento e a prevenção deve ser focada no controle dos fatores de risco”. Entre eles estão tabagismo, obesidade, hipertensão arterial sistêmica, doença renal policística, hepatite C crônica, anemia hemolítica, que provoca a destruição dos glóbulos vermelhos, e exposição ocupacional a produtos químicos tóxicos, incluindo asbestos e derivados de petróleo. Algumas síndromes genéticas hereditárias, a exemplo da Síndrome de Von-Hippel-Lindau, podem também estar relacionadas ao maior risco de desenvolvimento de câncer renal.”
Segundo o médico, trata-se de um tipo de neoplasia que ocorre com mais incidência depois dos 60 anos e o diagnóstico costuma ser elaborado através de exames de imagem modernos - tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética. “Em casos duvidosos, pode ser necessária a realização de biópsia para confirmação”, frisa.
Prevenção
Além do controle de fatores de risco, a prevenção deve levar em conta a prática de atividade física regular, adoção de cuidados de saúde mais amplos com consultas regulares e tratamento precoce de casos suspeitos.
O oncologista informa que, na maior parte dos países desenvolvidos é registrado um aumento significativo na incidência da doença, possivelmente relacionada à melhoria nos métodos de diagnóstico e aumento na detecção mais precoce. Casos diagnosticados já em estágios mais avançados podem apresentar sinais como sangramento urinário, dor lombar e fraqueza, entre outros. A cirurgia é o tratamento indicado para a grande maioria das situações em que a doença é identificada ainda em fase localizada, o que representa em torno de 80% das ocorrências atualmente, com grande chance de cura com atendimento especializado.
Segundo pesquisa realizada em 2018, pelo Instituto Oncoguia, mais da metade dos pacientes não conheciam nada sobre a doença até receberem o diagnóstico. Entre eles, 47% descobriram o câncer já em estágio avançado e 36% com a presença de metástases. Controle dos fatores de risco e detecção precoce ainda são as melhores formas de combate à doença. Consulte um especialista.