Eleições 2024
PCdoB vai disputar eleição com dois coletivos
por Redação JM
Duas candidaturas coletivas, ao Legislativo, vão disputar as eleições municipais, em Bagé, pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). O primeiro coletivo, denominado ‘Tamo Junto’, é encabeçado por Eponina Boeira, advogada e presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), e traz também Michel Garcez, técnico de Enfermagem e dirigente sindical, e Leonardo Luna, professor e presidente da União Nacional LGTB (Una) na composição. O segundo, denominado Max Lima, conta com a participação da jornalista Sabrina Lehmann.
Candidaturas coletivas têm ganhado espaço nos pleitos eleitorais como uma alternativa inovadora. Nestes arranjos, embora oficialmente apenas uma pessoa seja designada como titular do mandato, na prática, ele é compartilhado por um grupo de indivíduos. Em caso de afastamento do titular, o cargo passa ao próximo na lista, não a outro membro do coletivo.
Para os representantes do PCdoB, os mandatos coletivos promovem uma atuação conjunta dos participantes na formulação e execução de políticas públicas, embora o vereador titular deva comparecer às sessões e participar das votações. Em termos de remuneração, não há diferença em relação aos mandatos individuais, não implicando em aumento de gastos públicos. Na urna, porém, apenas a foto do vereador aparecerá, embora o nome do coletivo possa ser exibido.
Eponina explica que os coletivos pressupõem a configuração de pautas a partir de uma perspectiva direcionada à concepção de um direito à cidade e ocupação dos espaços públicos de forma ampla e democráticos. “O coletivo vai trabalhar muito as questões de gênero, dando ênfase à questão da justiça social. Isso será a base sobre a qual trabalharemos nosso projetos e intenções de políticas públicas, a base para uma série de outros direitos”, enfatiza.
Luna também aponta, como pauta de agenda do coletivo, o campo da educação. “Temos o entendimento de que a política precisa ser construída para todos, todas e todes, de forma diversa. Temos uma linha de diferentes pensamentos. Sou babalorixá. Eponina é advogada. Michel é da área da assistência social e também atua na área sindical. O Tamo Junto tem o objetivo de demonstrar isso e igualmente de mostrar que estamos próximos da comunidade. Queremos andar juntos com as pessoas”, pontua.
Garcez destaca que o coletivo tem, como personalidade, a característica de comportar vários pensamentos. “Aquilo que uma pessoa da área da saúde vê, um advogado vê de outra maneira. Isso faz com que se consiga trabalhar de uma forma mais eficaz e com excelência através das tomadas de decisão e dos temas. O coletivo também tem um olhar social, que vai permear todas essas visões, para que se possa atingir os objetivos”, enfatiza.
Max, que encabeça o segundo coletivo, acumula experiência eleitoral. Ativista ligado à Associação dos Deficientes Visuais de Bagé, o bacharel em Direito disputou dois pleitos municipais, em 2012 e 2016. “Queremos trabalhar, eu e Sabrina, questões relacionadas à acessibilidade. As pessoas com deficiência foram deixadas de lado, em Bagé. Ninguém veda os olhos e saí pela cidade. Uma de nossas demandas é a acessibilidade para o deficiente visual. Trabalhamos a acessibilidade de forma ampla, mas com atenção às demandas dos deficientes visuais”, reforça.
Sabrina complementa salientando que a mobilidade, de maneira ampla, é um dos motes da candidatura. “Pensamos pela perspectiva das cidades acessíveis, que contempla pessoas com deficiência, mas também idosos, mães com carrinhos de bebê. Na medida em que trabalhamos uma cidade neste sentido, trabalhamos com questões sociais, com atenção voltada às pessoas”, reforça.