Saúde
A importância da ultrassonografia morfológica
Exame avalia a gestação detalhadamente e possibilita diagnósticos durante o pré-natal
por Giana Cunha
A gestação requer acompanhamento e cuidados especiais. Um deles é observar o desenvolvimento do bebê e um dos exames fundamentais é o ultrassom morfológico, que avalia a gestação detalhadamente. Ele é feito de forma simples, indolor e rápida em dois trimestres da gravidez analisando diferentes detalhes. Sua realização possibilita o diagnóstico precoce de diversas complicações e mantem em dia a saúdetanto da mãecomo do bebê.
O ultrassom morfológico é um exame de imagem que permite visualizar o bebê dentro do útero e todos os seus órgãos, facilitando a identificação de algumas doenças ou malformações, como síndrome de Down ou cardiopatias congênitas, por exemplo.
Esse exame, também conhecido como ultrassonografia morfológica ou USG morfológico, normalmente é feito no primeiro trimestre, entre a 11ª e 13ª semanas de gestação, ou no segundo trimestre, entre a 20ª e 24ª semanas da gravidez. Ele faz parte dos exames pré-natais, e marca o primeiro momento em que os pais conseguem ver com detalhe o bebê que está se desenvolvendo.
O que é?
O exame tem como objetivo possibilitar diagnósticos durante o pré-natal. Além de avaliar tamanho e funcionamento dos órgãos, através dele também é possível identificar o sexo do bebê, saber a idade gestacional e verificar os batimentos cardíacos. O estudo morfológico do feto compreende avaliação sistemática e ordenada de cada segmento do feto, com objetivo de efetuar descrição detalhada de grande parte da anatomia fetal e dos anexos (líquido amniótico, cordão umbilical e placenta).
O exame deve ser realizado de maneira sistemática, com o intuito de afirmar a sua normalidade estrutural ou de diagnosticar malformações. A detecção de anomalias fetais permite estabelecer condutas a serem seguidas na gestação, pode indicar eventual tratamento intraútero, ajudar a escolher o local, a época e a via de parto, preparar a estratégia de tratamento pós-natal e orientar os pais em relação ao prognóstico e risco de recorrência.
Para que serve?
O médico ginecologista e obstetra Leonardo Fernandes, que atende na Clinipampa, em Bagé, destaca que o exame morfológico tem indicação para todas as gestações. E já no primeiro trimestre, é possível realizar o rastreamento de algumas síndromes fetais, o que é feito pela medida dos chamados marcadores ultrassonográficos, e também cardiopatias fetais. Neste período é possível ainda avaliação de malformações cranianas, de membros, de parede abdominal entre outras. Já é possível também fazer o rastreamento da pré-eclâmpsia, e a partir daí minimizar os impactos desta doença. Já no segundo trimestre, é possível o exame mais detalhado, que avalia o sistema nervoso central, a face, a coluna vertebral, o coração, abdome, genitais externos, extremidades, cordão umbilical, líquido amniótico, placenta e membranas.
Neste período ainda é possível avaliar o risco de trabalho de parto prematuro e de restrição de crescimento fetal. Fernandes ressalta que o coração fetal é de extrema importância, tem sua avaliação básica realizada no ultrassom morfológico fetal, mas é mais detalhadamente estudado por exame específico, a ecocardiografia fetal. A freqüência das cardiopatias fetais é bastante considerável (por volta de 0,8%), e muitas delas podem ser diagnosticadas no período pré-natal, trazendo para os conceitos grandes benefícios, feito o diagnóstico neste período.
Como é feito?
{AD-READ-3}O ultrassom morfológico é feito pelo obstetra, em clínicas especializadas, durando cerca de 20 a 60 minutos. A ultrassonografia é feita com a gestante deitada, uma fina camada de gel é aplicada na pele da barriga e, em seguida, o transdutor é posicionado em cima deste gel, deslizando o aparelho pela pele. Este aparelho irá gerar imagens que podem ser vistas em um computador e que são analisadas pelo médico.