Saúde
Tecnologia aliada no tratamento da Doença de Parkinson
por Giana Cunha
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde aponta que mais de oito milhões de pessoas têm doença de Parkinson. Só no Brasil, são 200 mil. Em média, 1% da população mundial acima de 65 anos vive com Parkinson. Esse percentual aumenta para 3% no caso dos maiores de 80 anos.
O Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva.
No dia 11 de abril acontece o dia mundial de conscientização sobre a doença que não tem cura.
Especialistas apontam que a menor produção de dopamina no organismo está relacionada à condição da doença. O neurotransmissor conhecido por estar relacionado à sensação de prazer é também fundamental no controle motor humano, por isso a doença acaba afetando o movimento dos pacientes. Produzir menos dopamina vai gerar, com o passar do tempo, uma degeneração dos neurônios, e ocasiona principalmente a rigidez muscular e o tremor.
A patologia pode ter origem em uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos, mas o envelhecimento é o principal responsável pela condição. Outros fatores de risco: múltiplas pancadas na cabeça, pressão alta, diabetes mal controlada e falta de atividade física também contribuem para esta condição.
Em alguns casos, a enfermidade pode ser evitada com alimentação saudável, prática regular de exercícios e boa qualidade de sono. Além dos chamados sintomas motores da doença, existem os não motores, como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono.
Tratamento
O principal modo de diagnóstico é clínico, a partir da identificação de sinais e sintomas, exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, podem ser recomendados para descartar outras doenças no cérebro que causam sintomas similares. O neurologista é o profissional mais indicado para esse trabalho.
Medicamentos, exercícios e acompanhamento multidisciplinar podem auxiliar a retardar a evolução das sequelas e aumentar a qualidade de vida.
Fisioterapia: por meio de exercícios físicos, mantém a atividade muscular e flexibilidade articular, já que os músculos tendem a se atrofiar e contrair, o que reduz a força do paciente
Terapia ocupacional: pode ser auxiliar, ao orientar sobre as atividades da vida diária, assim como indicar condutas que propiciem independência para a higiene pessoal e reinserção no trabalho
Fonoaudiologia: é importante pois a doença prejudica a coordenação e os músculos que controlam os órgãos relacionados à fala
Tecnologia
Um dos procedimentos mais utilizados é a implantação de estimulador cerebral profundo (DBS), também conhecida como marcapasso cerebral, feito através de cirurgia. Mesmo assim não são todos os pacientes que se beneficiam de tratamento cirúrgico. A cirurgia é indicada quando existe resposta à medicação.
Essa cirurgia é feita em pelo menos dois hospitais de Porto Alegre, na Santa Casa e no São Lucas. Mas, o paciente precisa preencher alguns requisitos: não ter alterações cognitivas ou psiquiátricas significativas, ter a doença há pelo menos cinco anos, ter resposta ao tratamento medicamentoso (principalmente ao remédio levodopa) e ter sintomas significativos refratários ao tratamento medicamentoso ou complicações ao tratamento medicamentoso.
Pesquisas
Pesquisadores da USP, Universidade de São Paulo, trabalham no desenvolvimento de um sensor para detectar a doença em estágio inicial e identificaram uma substancia capaz de barrar o avanço da doença de Parqkinson.
Já a PUC Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul vem utilizando a a Inteligência Artificial, para a criação de uma platafoma capaz de identificar subtipos da doença, através da análises de dados genômicos.