Cidade
Rádio Cultura encerra atividades após 76 anos no ar
por Marcelo Pimenta e Silva
A mais antiga rádio de Bagé confirmou que encerrará as atividades nesta semana. A Rádio Cultura não irá operar com suas transmissões, deixando uma vasta memória para a comunicação bajeense e da região. A rádio, que foi a companhia de muitas gerações, que ouviram inúmeros programas liderados por referências no rádio local, ficará muda.
A informação foi confirmada ao JM, na terça-feira, dia 16, por um ex-proprietário, Odilo Dal Molin. Ele informou que a rádio Cultura encerrará atividades, mas não quis comentar sobre os motivos que levaram à decisão. "Manifestarei de forma pública, sobre o que ocorreu, em outro momento, mas, sim, a Rádio Cultura não existirá mais nos próximos dias", afirmou.
Conhecida como "A Pioneira", por ter sido a primeira emissora fundada na cidade, a rádio ficou por mais de duas décadas no comando do empresário Odilo Dal Molin, que já foi prefeito de Candiota.
Histórico
A Rádio Cultura de Bagé foi fundada por Atahualpa Dias, às 10h do dia 4 de julho de 1946. É chamada de "A Pioneira" na Rainha da Fronteira, por ter sido a primeira emissora de rádio fundada na cidade. Foi a precursora com programas como o "Teatro em Família", "Jornal falado G4", "QG do Gaúcho, Casa Ramos", "Corrente da Solidariedade", "O céu e o chão da Querência", "Bagé em desfile", entre outros.
Na década de 70, em 1974, estreou o programa Visão Geral, um março no rádio bajeense com o comando de Edgar Muza. Em outubro de 1983, a rádio sofreu um incêndio atingindo todas as instalações, o que fez com que houvesse necessidade de reconstrui-la. Nesses quase 80 anos de atividades, a Cultura vivenciou momentos históricos do Rio Grande do Sul e do Brasil, como o golpe civil-militar de 1964 e a redemocratização em 1985, a promulgação da Constituição em 1988; além de repercutir conquistas históricas no esporte, na cultura e destacar os feitos de muitos bajeenses ao longo das décadas. São diversos os nomes que passaram pela rádio Cultura, entre radialistas, jornalistas, técnicos de som e operadores, assim como demais colaboradores que mantiveram a tradição da Pioneira por décadas.
É esse legado que permanecerá na história da comunicação bajeense, sem jamais ser apagado.