Esportes
Bajeense, Didio integra comissão técnica da Seleção Brasileira de Boxe
por Yuri Cougo Dias
O esporte proporciona grandes valores para formação de um cidadão. E muitos dos que obtêm sucesso fazem questão de transmitir esses fundamentos, sejam técnicos ou de ensinamentos para vida. Um exemplo que se encaixa nesse contexto é o de Vladson Soares Pereira, de 35 anos, conhecido como Didio. Natural de Bagé e radicado em São Paulo, ascendeu na vida pelo boxe e hoje é um dos responsáveis por transmitir essa bagagem para as gerações que surgem, como auxiliar técnico da Seleção Brasileira Olímpica.
As origens
Didio nasceu em Bagé, no ano de 1987. Porém, parte da infância e da adolescência foi vivida em Candiota, onde ficou até 2002. De lá, mudou-se para Pelotas, ponto de partida no boxe. “Cursei faculdade de Educação Física na Universidade Federal de Pelotas e terminei em 2013. Nesta época já ministrava aulas de boxe em academias para praticantes. Em 2016, mudei de cidade para Criciúma, em Santa Catarina, e lá, depois de um ano trabalhando em uma academia de treinamento geral, abri juntamente do meu irmão uma academia única e exclusivamente de boxe”, relata.
E assim surgiu a Company Boxe Clube, uma ideia fixa que pairava na cabeça de Didio desde 2013, quando conclui a graduação. “Começou numa sede pequena e hoje está mais estruturada, com outros três professores que formamos nesses seis anos. Conseguimos criar uma pequena base de atletas do município, ao qual conquistamos dois campeonatos estaduais, um ouro e uma prata nos Jogos Abertos de SC, em 2019. Fomos segundo lugar por equipe (Criciúma) nos Jogos Abertos de 2021. Além de realizarmos a formação de árbitros de boxe estaduais que já alcançaram convocações para campeonatos nacionais”, pontua Didio, destacando que a evolução do trabalho, fruto de organização e disciplinou, consolidou grandes resultados com atletas de alto rendimento.
A convocação
Os resultados e o trabalho com a Company Boxe Clube atraíram os holofotes e, em 2020, Didio foi convocado para compor a comissão técnica da Seleção Brasileira juvenil de boxe. A evolução prosseguiu, em 2021, assumiu como técnico da equipe catarinense de boxe nas categorias de base (cadete e juvenil). E, no final do ano, foi o chefe de equipe da Seleção Catarinense, durante o Campeonato Brasileiro Elite (19 a 40 anos).
A cada oportunidade, Didio ganhava mais espaço. Até que, mais recentemente, foi convocado par integrar a equipe Olímpica Permanente de Boxe. Para conseguir dedicar-se integramente, mudou-se em definitivo para São Paulo. “Além de ser um mundo muito bom pra o crescimento profissional, há experiência pessoais de representar nosso país em competições mundo a fora. Já fui para competição com equipe principal para campeonato tradicional na República Tcheca, onde fomos campeões por equipe, levando seis atletas e conquistando cinco ouros. Estivemos em Rosário, na Argentina, nos Jogos Sul-americanos da Juventude, com a equipe juvenil, e no corner conseguimos trazer medalha de ouro. Então, é mais um título como campeão Sul-Americano da Juventude e a oportunidade de estar desenvolvendo todo o grupo que vai disputar vaga nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024”, enfatiza.
Vínculo com a terra-natal
Questionado sobre a ligação com Bagé e Candiota, Didio destaca que as vivências em ambos os municípios o moldaram para a vida. “Foram os locais que criaram esse caráter de disciplina. Da simplicidade e da coragem de tentar buscar o meu espaço. Sou sempre muito grato pelos amigos de vida que tenho de Bagé e Candiota e sempre lembro com muito carinho de toda minha infância. Pretendo ir ao final do ano, nas férias, a Candiota, para rever os amigos, e quem sabe falar um pouco para jovens sobre possibilidades que o esporte dá em nossas vidas”, comenta.
“O boxe salva vidas”, destaca
E sobre possibilidades que o esporte gera, Didio destaca que boxe lhe ensinou a ter resiliência, paciência e inteligência nas ações da vida. “O esporte é uma ferramenta de extrema importância para formação de pessoas. Para quem deseja ser um atleta de alto rendimento, independente do esporte ser boxe ou não, só há uma chave para alcançar o êxito: disciplina e persistência. Além de ser extremamente importante a prática de esportes para todo mundo, por saúde mental e física. Devem-se abrir mais oportunidades para as pessoas praticarem o boxe, e por vivência eu digo: o boxe salva vidas”, conclui.