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'Vamos ter que seguir vivendo com o covid nos próximos anos como uma doença endêmica', diz Necchi
Estado de emergência em saúde pública em consequência da Covid-19 foi finalizado após dois anos
por Melissa Louçan
No final de semana, encerrou o prazo de adaptação ao fim do estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), decretado em função da Covid-19 no Brasil em 2020. A decisão foi tomada com base nos bons índices do atual cenário da pandemia no país, junto a uma série de flexibilizações no país.
Em Bagé, a flexibilização dos protocolos de saúde tem sido gradual - culminando com a suspensão da obrigatoriedade da máscara em março, devido à queda do número de novos casos e um cenário mais ameno. Contudo, o número de positivados têm aumentado nas últimas semanas - somente nos últimos 20 dias - de 2 a 22 de maio - foram 460 novas confirmações - enquanto há cerca de duas semanas a média de pessoas positivadas diariamente era entre 15 e 20, aumento de 30 a 40 nos últimos dias.
No mesmo período, o número de pessoas em recuperação domiciliar cresceu de 73 para 216. Também foi registrado o aumento do número de internações - enquanto no início do mês a média era um paciente positivado em tratamento hospitalar, no último dia 22 aumentou para sete.
O secretário-adjunto de Saúde, Dr. Ricardo Necchi, destacou que apesar de ter ocorrido um aumento do número de casos, não há indicativo de impacto em relação à mortalidade e doenças graves, assim como tem sido tendência em todo o país. “Com o esquema vacinal completo, as pessoas estão protegidas para os casos graves”, destaca.
Diante dos bons resultados da imunização, ele aponta que realmente não vê justificativas para manter o Brasil em situação de emergência. Mesmo assim, ele aponta que é necessário manter certo cuidado, já que o vírus ainda continua circulando - apesar de manter uma variante potencialmente mais contagiosa, porém menos letal. “Vamos ter que seguir vivendo com o covid nos próximos anos como uma doença endêmica”, destaca.
Mesmo com a decisão de encerrar a situação de emergência, o governo brasileiro informou, através do Ministério da Saúde, que nenhuma política pública de saúde será interrompida. Vale lembrar que no último dia 12 , a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prorrogou, a pedido do Ministério da Saúde, o prazo de validade das autorizações para uso emergencial de vacinas contra covid-19, que deixariam de ser usadas na campanha de vacinação contra a doença com o fim do Epin. A medida vale também para medicamentos que só deveriam ser usados durante a crise sanitária. Segundo a decisão da Diretoria Colegiada da Anvisa, as autorizações permanecerão válidas por mais um ano.
No mesmo dia, a Anvisa alterou a resolução que permite a flexibilização das medidas sanitárias adotadas em aeroportos e aeronaves, em virtude do encerramento do estado de emergência. Entre as mudanças, estão a retomada do serviço de alimentação a bordo e permissão para retirada de máscaras para se alimentar, durante o voo.