Segurança
Moradores da região de Cerro Largo e Rivera relatam “bola de luz” seguida de forte explosão
por Rochele Barbosa
Nesta quarta-feira, dia 20, alguns moradores da região de Cerro Largo, Rivera, Vichadero e Melo avistaram uma “bola de luz” seguida de uma forte explosão. Segundo o portal montevideo.uy, as informações surgiram de várias localidades do país vizinho. Algumas pessoas de Aceguá postaram, em redes sociais, que também escutaram o barulho.
A jornalista Sílvia Techera, em contato com o Jornal Minuano, destacou que acredita-se que algo se desintegrou no ar, pois nada foi encontrado no solo até o momento. O barulho teria sido ouvido no horário do meio-dia.
Moradores da região uruguaia afirmam que escutaram uma forte explosão, que sacudiu portas e janelas em fazendas na área de Vichadero e arredores do Departamento de Rivera, de acordo com a Rádio Vichadero.
Nas redes sociais, os usuários relatam ter visto uma "bola de luz" antes que uma forte explosão ocorresse. Além de Vichadero, os comentários vêm de lugares como a cidade de Rivera, Hospital Paso ou Cañada Grande. Também há relatos do Departamento de Cerro Largo e até do município Caraguatá, do Departamento de Tacuarembo.
De acordo com a Metsul Meteorologia, um bólido cruzou o céu da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai na manhã da quarta-feira. De acordo com informações do serviço meteorológico uruguaio, moradores da região de Cerro Largo informaram que a terra chegou a tremer e em Vichadero, departamento de Rivera, os habitantes relataram o som de uma explosão. Testemunhas noticiaram um clarão no céu nos departamentos de Rivera, Salto, Tacuarembó e Cerro Largo. A mesma região teve fenômeno semelhante no ano passado.
O instrumento Geostationary Lightning Mapper do satélite GOES, usado no monitoramento de raios, captou o ingresso do objeto espacial cruzando a região da fronteira. Para que o satélite tenha captado a rocha espacial e tenha se produzido um ruído sônico e clarão em pleno dia é provável que o bólido tenha sido de maior dimensão.
O bólido, explicam os astrônomos, provoca uma claridade muito maior do que um meteoro do tipo fireball, além de vibrações. Há casos em que chegam a gerar estampidos sônicos com vibrações a ponto de as pessoas sentirem a terra tremer, o que explica os relatos do lado uruguaio da fronteira de que as pessoas perceberam um abalo. A queda de um bólido dificilmente traz risco. Em regra, eles caem fragmentados e danos são raríssimos. Houve vários casos em anos recentes de bólidos documentados no Brasil com o crescimento da tecnologia de câmeras de monitoramento ambiental e o maior interesse científico no estudo de meteoros, especialmente por parte da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (BRAMON).