Esportes
TJD adia julgamento do Bagé e convocará nova sessão para semana que vem
por Yuri Cougo Dias
Em razão do São Gabriel ter entregue, já na tarde desta quinta-feira (14), mais de 100 documentos como prova, cujo acesso não teria ocorrido pela defesa do Bagé, a 4ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) apontou que não havia condições de uma análise precisa e retirou de pauta a denúncia contra o Bagé, por escalação irregular de atletas. Então, os clubes jogarão a última rodada da primeira fase da Divisão de Acesso, neste domingo (17), sem a definição de um rebaixado para a Terceirona de 2022.
Porém, será convocada uma sessão extraordinária para tratar do caso, possivelmente agendada para terça-feira ou quarta-feira que vem. O pedido para retirada da pauta partiu do advogado do Bagé, Alexandre Borba, que alegou, durante a sessão, que não teve acesso a esses documentos que foram apresentados pelo São Gabriel, horas antes do julgamento. Então, os auditores entenderam à necessidade de um prazo para examinar estes novos documentos.
Entenda o caso
O jalde-negro foi enquadrado no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e pode ser punido com a perda de 12 pontos, acompanhado por uma multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Para esclarecer a denúncia, é preciso, antes, entender o regulamento.
É permitida a utilização de até oito jogadores que tenham disputado a série A de algum estadual. E a denúncia contra o Bagé, movida pelo São Gabrel e oferecida pela Procuradoria do TJD, aponta que o clube teria usado nove jogadores, nessas circunstâncias, em três jogos: Lajeadense 1x0 Bagé (15 de agosto, 1ª rodada); Bagé 0x1 São Paulo-RG (19 de agosto, 2ª rodada) e Guarani-VA 1x2 Bagé (26 de agosto, 4ª rodada).
Conforme o art.214 do CBJD, a punição é de três pontos por cada jogo, mais os pontos que foram obtidos. No caso do Bagé, os 12 pontos são distribuídos da seguinte forma: nove pelos três jogos e os três da vitória sobre o Guarani-VA.
O diretor Rafael Alcalde, que está provisoriamente a frente do clube, defende que essa irregularidade não se aplicaria ao Bagé, pois o atleta questionado pela denúncia atuou na fase “preliminar” da série A carioca, e não na fase principal. “O regulamento do Campeonato Acesso A2 gaúcho, no seu artigo 24, deixa bem claro e fala de série A principal. Além disso, há dois regulamentos, um para a preliminar e outro para série principal do Carioca. E mais agravante: os pontos dessa competição (preliminar) não têm participação alguma na fase principal. Funciona como uma seletiva. Apenas o primeiro colocado dessa fase preliminar irá jogar a fase principal, da série A1. Existem dois regulamentos, um para a preliminar e outro para o principal. Apenas isso já descaracteriza a mesma competição”, observou Alcalde, em reportagem publicada na terça-feira, pelo Jornal Minuano.