Cidade
Diocese de Bagé prepara processo de consulta democrática entre fiéis da Igreja Católica
por Jaqueline Muza
O Papa Francisco anunciou, no domingo, o início do Sínodo que pretende, pela primeira vez, ouvir os devotos da Igreja Católica. Em Bagé, a abertura do Sínodo ocorre no dia 17 de outubro, na Catedral de São Sebastião, às 10h, durante a missa. A fase de escuta diocesana vai até abril de 2022 e será seguida por uma fase continental de setembro de 2022 a março de 2023. A última "fase da Igreja universal" culminará na tradicional assembleia do Sínodo dos Bispos no Vaticano, em outubro de 2023.
O tema do 16° Sínodo dos Bispos é: "Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão". Esse será diferente de qualquer outro anterior. A expectativa é a de que o maior número de fiéis, dentre os 1,3 bilhão que se reconhecem adeptos do catolicismo, participem do processo e sejam ouvidos sobre o futuro da Igreja.
O Papa Francisco já realizou quatro sínodos desde que assumiu o Vaticano. Os dois primeiros debateram a família, o 3º teve os jovens como tema e o último, de 2019, trouxe para o centro da Igreja a discussão sobre a Amazônia.
O próximo Sínodo deve discutir a própria Igreja, possíveis modernizações e deve abordar temas polêmicos como sobre uma maior participação feminina na tomada de decisões da Igreja e mais acolhimento a grupos ainda marginalizados pelo catolicismo tradicional.
De acordo com o bispo Dom Frei Cleonir Paulo Dalbosco, durante a preparação do Sínodo muitos assuntos serão levantados. Ele salienta que o período de escuta será para isso. A fase de consulta irá iniciar com a primeira parte da Assembleia Pastoral diocesana, dia 27 de novembro de 2021, e deve ser concluída com a segunda parte, prevista para o dia 26 de março de 2022. Após o encerramento da fase diocesana, cada Igreja enviará suas contribuições à Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) até 25 de março de 2022. “Depois, com a participação dos teólogos e peritos, serão realizados as diversas análises, sempre sob a luz do evangelho e da ação do Espírito Santo”, disse.
Nesta primeira fase, os bispos submetem as questões que devem ser tratadas na Assembleia Sinodal, aos Ordenados, Consagrados e Leigos das suas Igrejas, individualmente ou associados. Sobretudo pode revelar-se fundamental a contribuição dos organismos de participação da Igreja , especialmente os Conselhos dos Presbíteros, dos Diáconos, dos Religiosos e dos Leigos com suas respectivas Coordenações. Também os Conselhos Pastorais em nível de Arquidiocese, de Área Pastoral e de Paróquia.
Cada bispo nomeará uma equipe responsável, e na diocese de Bagé já está nomeado o Conselho Diocesano de Pastoral exercendo também a função de Comissão do Caminho Sinodal diocesano para que possa atuar como ponto de referência e de ligação com a Conferência Episcopal e que acompanhe o processo do “Caminho Sinodal” em todas as suas etapas. A composição dos membros obedeceu ao critério da representatividade, é formado por Dom Cleonir; Padre Jair da Silva, Coordenador diocesano de Pastoral e todos os membros do Conselho Diocesano de Pastoral.