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Região

O passado e o presente do Seival

Parte 1*

Em 21/09/2021 às 10:05h

por Redação JM

O passado e o presente do Seival | Região | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Marco próximo ao arroio Jaguarão | Foto: Sabrina Monteiro

Por Sabrina Monteiro e Mariana Muza

Acadêmicas de Jornalismo Urcamp

 

No mês de setembro é comemorado o mês dos gaúchos. Por isso, o Jornal Minuano traz nesta e na próxima edição, a história do Seival, localidade de Candiota que foi o berço da República Rio-Grandense.

“Neste local outrora conhecido como campo dos Menezes, o general Antônio de Souza Netto, em 11 de setembro de 1836, proclamou a independência da província, declarando o Estado livre e soberano com o nome de República Rio-Grandense” é a frase escrita na placa do marco, localizado no palco da proclamação da independência da província.

 

A Revolução Farroupilha

Segundo o historiador Claudio Lemiezeck, as causas que levaram à proclamação da República Rio-Grandense estão ligadas a fatores econômicos e políticos. “Os gaúchos sofriam muito com o imposto e governo central, o império taxava o charque, que era a maior economia naquela época, no Rio Grande do Sul”, explica.

Além disso, as divisas do Estado proviam das exportações do charque, mesmo que fosse para o mercado interno. De acordo com Lemiezeck, isso era muito injusto, porque os charques latinos, que vinham da Argentina e do Uruguai, chegavam ao Brasil muito mais baratos. “Essa é a principal causa econômica, e também política, porque o Rio Grande do Sul, em 1835, e antes disso, era uma província totalmente isolada”, disse.

Conforme o historiador relata, o charque foi uma das causas que fez com que os gaúchos pegassem armas. Um pedido já havia sido feito, para que tirassem ou diminuíssem a taxação do charque rio-grandense, do charque gaúcho. Mas os pleitos, reivindicações e as queixas não eram ouvidas.

“Por isso que Seival é importante, porque é em decorrência dessa batalha que tivemos a proclamação da República. Não se diga que essa foi a batalha mais importante, mas no plano político sim, com certeza, porque a consequência no dia seguinte foi a proclamação”, destaca.

 

A Proclamação da República

 Lemiezeck conta que João da Silva Tavares (pai do Joca Tavares que era o comandante da Guarda Nacional aqui da fronteira, e que inclusive foi sondado por Bento Gonçalves para iniciar essa revolução, mas como um fiel seguidor do império e como imperialista, não aderiu à Revolução), se organizou no sentido de montar uma força considerável. Vindo do Uruguai para o Rio Grande do Sul, acampou na confluência de dois arroios, o arroio Candiota, mais especificamente em um arroio do Seival.  Ele sabia que havia uma força revolucionária, comandada por Antônio de Souza Netto, que estava acampada no arroio Jaguarão.

 “Há essa perfeita clareza da existência dessas duas forças, considerando que a força do João da Silva Tavares era superior em efetivo aos revolucionários. Se pode dizer que o João Tavares tinha em torno de 600 soldados, enquanto o general Netto, tinha um efetivo em torno de 400 soldados”, explica.

O combate se estabeleceu na manhã do dia 10, e os primeiros momentos mostravam uma superioridade dos imperialistas, comandados por Silva Tavares, que avançaram enquanto os revolucionários ficaram na defensiva, e na sua inferioridade começavam a sofrer os primeiros reveses. “Aí acontece o famoso acidente com o cavalo do João Tavares. Ele tem o freio do seu cavalo quebrado, o cavalo se solta e dispara em direção oposta ao que deveria ser o enfrentamento. Assim, o Exército dele fica atônito, sem entender num primeiro momento o que tinha acontecido. Havia um comandante, o Major Davi Pereira, das forças de Silva Tavares, que viu o que estava acontecendo e saiu da sua posição, que era à esquerda e foi socorrer o general. Nesse momento, Pereira leva um tiro na perna e também fica desconcertado. Então, houve um total desarranjo das forças imperialistas, que não sabiam o que fazer, pois perderam o controle de Silva Tavares e do comandante Pereira, que recuou com o tiro”, conta.

Sendo assim, a vitória de Netto é determinada. Uma batalha que começou com armas de fogo, e terminou com espadas. “Camaradas, não quero ouvir um tiro mais, a carga é espada e lança”, exclamou Netto a seus soldados. À noite, no mesmo dia do combate, na barraca do Netto, os seus principais comandantes e revolucionários fizeram-lhe uma visita. Um grande debate surgiu, pois lutavam por igualdade, redução de impostos, poder político e contra o abandono da província pelo império. “Então, surge um questionamento decisivo: Por que tu entras numa guerra, numa revolução, num combate? Por algum princípio, surge então a ideia da proclamação da república, pois até então revolucionários e imperialistas impunhavam a bandeira brasileira”, conta Lemiezeck.

“No final, depois de muita argumentação, o general Netto se dá por vencido e acaba passando ordem a seus ajudantes que determinassem o retorno dos soldados às barracas, e fosse redigida uma nova ordem para ser lida no dia seguinte. Ainda, naquela mesma noite, os seus assessores e comandantes do exército revolucionário, como Lucas de Oliveira e Joaquim Pedro Soares que eram dois nomes grandiosos, assinaram os documentos da proclamação da República, ao mesmo tempo em que fizeram a promoção de diversos oficiais do agora exército republicano”, cita o historiador.

Na manhã do dia 11 de setembro, na margem esquerda do arroio Jaguarão, o general Neto montado em seu cavalo, juntamente com o seu piquete e exército, é nomeado general chefe. Ele lê a ordem do dia, onde proclama a República.

 

 *A reportagem continua na próxima edição

 

 

 

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