Cidade
Obra de saneamento de Aceguá deve ser retomada em janeiro
por Jaqueline Muza
A execução do projeto Binacional de Saneamento Urbano Integrado Brasil/Uruguai, financiado com recursos do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), em Aceguá, deve ser retomada em janeiro de 2022. O tema foi tratado pelo prefeito de Aceguá, Marcus Aguiar, com o governador do estado, Eduardo Leite, na quinta-feira, e no mesmo dia a prefeitura recebeu uma resposta da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), responsável pela obra, de que será realizada uma nova licitação, com inclusão do bairro Nova Aurora e outros aditivos.
A obra de saneamento iniciou em 2018 e está parada desde 2020, com um avanço físico de aproximadamente 80% do lado brasileiro. A melhoria deveria trer sido concluída em agosto de 2020. No lado uruguaio, a obra começou em agosto de 2017 e já foi concluída.
A construção inclui a execução de 12.549 metros de redes coletoras nas bacias 1, 2, 3 e 4, além de 577 ramais prediais, estações de bombeamento, linhas de recalque, Estação de Tratamento de Esgoto, com vazão de cinco litros por segundo e emissário final de Sistema de Esgotamento Sanitário. Com a finalização do projeto, Aceguá será um dos poucos municípios do Brasil que terá 100% das residências com rede de esgoto.
As últimas obras realizadas foram as Estações de Bombeamento de Esgoto (EBEs) e de Tratamento de Água (ETA). O projeto binacional deve beneficiar cerca de 1,2 mil residentes da zona urbana do município de Aceguá, no lado brasileiro. O empreendimento tem um aporte total de 5,7 milhões de dólares, oriundos do Focem. O restante (1,9 milhão de dólares) é custeado em contrapartida pela Corsan e Obras Sanitárias del Estado (OSE).
Em abril deste ano, a Corsan informou que a primeira etapa do projeto integra a rede coletora das bacias 1, 2, 3 e 4 (12.549 metros), três estações de bombeamento de esgoto-EBEs e linhas de recalque (1.184 metros), ETE com um módulo e emissário final (227 metros) deveriam ser concluídas ainda em 2021. A segunda etapa prevê as redes coletoras dos bairros Nova Aurora; EBES 4A, AB e 4C e remanescentes da Etapa 1 .
Na ocasião, a Companhia informou que, mesmo no caso de privatização, a Corsan permanecerá prestando serviços nos municípios atualmente atendidos.
Histórico
O encaminhamento do projeto foi liderado pelo professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Manuel Maia, quando era presidente da Agência da Lagoa Mirim, como forma de manter a lagoa sem poluição. O arroio da Mina, que cruza o município, desemboca no Rio Jaguarão, que, por sua vez, deságua na Lagoa Mirim.
O projeto iniciou na primeira gestão do prefeito Gerhard Martens e teve o convênio assinado em 2013, pelo ex-prefeito Júlio Cézar Pintos, do MDB. A obra foi aprovada em 2013. A Licença Ambiental foi liberada, pela Fepam, dois anos depois. Em julho de 2016, a Corsan realizou um processo licitatório para compra de materiais, que foi cancelado, à época, pelo Focem, tendo início somente em 2018.