Cidade
Aumenta o número de recicladores durante a pandemia
por Jaqueline Muza
Mesmo sem dados concretos, é visível o aumento no número de recicladores em Bagé. Em uma das empresas que recebe material reciclado, como latas, ferro, papelão, garrafas pet, entre outros, mais de 50 pessoas entregam os itens no local. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Proteção ao Bioma Pampa (Semapa), nenhuma associação está cadastrada na pasta.
Segundo o chefe de gabinete da Semapa, Antonio Carlos Garcia (Carlinhos do Papelão), antes da pandemia havia em torno de 100 recicladores em Bagé e, agora, o número ultrapassa 250 pessoas, fora os que recolhem de forma eventual.
De acordo com o proprietário de dois pontos de reciclagem, Carlos Rogério, devido a escassez de matéria-prima, houve um aumento no preço da sucata e, consequentemente, o número de atravessadores. “O volume de sucata se manteve o mesmo com pouca oscilação durante a pandemia”, pondera, por outro lado.
Em outro ponto que recebe sucata em Bagé, a elevação também foi notada. Conforme uma das proprietárias de outra recicladora, Iara Regina Ribeiro Jardim, houve um aumento no valor da sucata de ferro e, assim, pessoas que antigamente doavam o material, hoje levam até a empresa para venda. “Houve uma valorização de mais de 70% no preço”, relatou.
De acordo com Iara, há muita gente trabalhando com a reciclagem e, por isso, ela não tem como contabilizar a quantidade exata de pessoas. Ela salienta, contudo, que está há 15 anos no ramo e vende para a empresa Gerdau todo o ferro reciclado. Além disso, tem depósito para o alumínio e recebe material de toda a região. “Recolhemos cerca de três mil quilos por semana, que são encaminhados para a empresa”, disse.
Segundo a recicladora Isabel Cristina Souza da Luz, de 58 anos, o volume de material é grande, mas também o número de pessoas que realizam o recolhimento. Ela afirma que antes da pandemia havia no máximo três pessoas por bairro realizando reciclagem e, agora, chegam a 15 em cada ponto. Ela, inclusive, informa que já tem pontos fixos de recolhimento e locais para armazenar o produto. “Recolho de 600 a 700 quilos de material por semana”, destaca. A recicladora comenta que, antes de realizar reciclagem, trabalhava na construção civil, em Porto Alegre, mas teve um problema de saúde e precisou voltar para Bagé.