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Projeto Fosfato Três Estradas é incluído no Comitê Interministerial de Análise de Projetos de Minerais Estratégicos
por Melissa Louçan
O Projeto Fosfato Três Estradas, da empresa Águia Fertilizantes, localizado em Lavras do Sul, foi incluído pelo Comitê Interministerial de Análise de Projetos de Minerais Estratégicos (CTAPME) e qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
A política Pró-Minerais Estratégicos tem como objetivo selecionar projetos de produção de minerais estratégicos para o desenvolvimento do país e promover a articulação entre os órgãos do governo no sentido de envidar esforços para a implantação desses projetos prioritários, de modo a ampliar a produção nacional de minerais estratégicos em bases ambientalmente sustentáveis. Busca-se, assim, garantir o suprimento de bens minerais dos quais o país hoje depende de importação, manter posição de grande produtor e exportador de bens minerais e permitir que o Brasil ocupe novos espaços, para tornar-se importante player em novas cadeias minerais, com forte demanda prevista a longo prazo.
Fernando Tallarico, diretor geral da empresa, destaca a importância deste reconhecimento. “Ficamos muito satisfeitos que o projeto tenha sido reconhecido pelo comitê. Nós sabemos da importância social e econômica para a população, principalmente a gaúcha, que importa 100% do fosfato”, pontua.
Tallarico aponta que o projeto de Três Estradas será ambientalmente amigável: não serão utilizados recursos hídricos na produção e não serão gerados rejeitos. “A planta industrial será alimentada por energia fotovoltaica e o fosfato não passará por nenhum processo químico”, enfatiza.
O diretor ressalta que atualmente o Brasil importa cerca de 70% do fosfato utilizado e no Rio Grande do Sul não existe nenhuma mina de fosfato, o que faz com que esse insumo seja 100% importado de países do norte da África, que chegam ao estado através do porto de Rio Grande e passam por processos químicos antes de chegar até os produtores.
Ele aponta que o fosfato entra no país como um material importado, isento de imposto. No modelo atual, não há contribuição para a arrecadação de impostos regional. “A riqueza dessa indústria acaba retornando para seus países de origem, principalmente o Marrocos e Argélia, maiores produtores do setor. O fosfato é um item imprescindível para a agricultura e a Aguia Fertilizantes espera poder contribuir para o enriquecimento do solo gaúcho”, destaca o diretor.
Empréstimo do BDRE
Outra novidade no projeto Três Estradas é que o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) disponibilizou para a Aguia Resourcer um empréstimo de R$ 14,6 milhões. O valor será destinado ao financiamento do projeto desenvolvido em Lavras do Sul. Somando o valor próprio da empresa com o empréstimo concedido, a Águia conta com R$ 17,45 milhões para financiar o investimento de R$ 28,71 milhões necessário para a construção de Três Estradas.
Em nota divulgada no início deste mês, a empresa informou que está em fase final de compra das áreas e busca a Licença de Instalação (LI). A previsão é de que após o recebimento da licença, a construção se desenvolva entre seis e oito meses. Com a licença de operação em mãos, a empresa projeta a primeira produção já no primeiro trimestre de 2022.