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De terras distintas, porém de culturas irmãs

Em 19/06/2021 às 15:00h

por Redação JM

De terras distintas, porém de culturas irmãs | Urcamp | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Imagem: Reprodução /Marcelo David Pereira

por Felipe Fagundes

Acadêmico de História da Urcamp

Hoje falaremos um pouco de aculturação, ou seja, a mescla de culturas distintas por inúmeros fatores. Essa realidade é vista largamente nas regiões de fronteira do nosso Estado, como por exemplo, as palavras e expressões em espanhóis que são usadas em nosso vocabulário diariamente.

Para facilitar a nossa compreensão, vamos analisar o poema Balseiro do Rio Uruguai, de Barbosa Lessa. O poema narra uma relação de trabalhadores que viviam do transporte e venda de madeiras para a Argentina, sendo assim, havia uma grande relação entre os balseiros e os argentinos como veremos a seguir.

Em um dos versos, ele começa assim: “Quando chegar em São Borja, dou um pulo a Santo Tomé, só pra ver as correntinas e prá bailar um chamamé”. São Borja era um dos fins da jornada, sendo um dos portos de venda da madeira, pois a cidade faz fronteira com Santo Tomé, localizada na região de Corrientes, território argentino.

O Chamamé é um ritmo musical, hispo-americano, que é conhecido como Polca. Como dito por Carlos Vega, em uma de suas obras: “Hasta he observado que un mismo tema es llamado Polca por un músico y Chamamé por el vecino”. De origem peruana, chega à Argentina na região de Corrientes e afunila-se no ritmo conhecido hoje em dia. Vimos isso muito bem expresso por Felipe Alvares: “Esta cultura ´hispano-peruana´ formada no Peru origina os primeiros ritmos da América do Sul, o Yaraví e o Triste”. Chegam ao Paraguai através das rotas comerciais e, segundo Ruben Bugallo, irão originar em Corrientes o Chamamé.

Já no início da última estrofe do poema de Barbosa Lessa, antes da última repetição do refrão, temos os seguintes versos: “Ao chegar ao Salto Grande me despeço deste mundo, rezo a Deus e a São Miguel e solto a balsa lá no fundo. Quem se escapa deste golpe, chega salvo na Argentina, mas duvido que se escape do olhar das correntinas”. Esta parte do texto traz uma preocupação do balseiro ao chegar ao trecho conhecido como salto grande, onde havia um volume muito grande de água que impedia uma viagem segura, trazendo a realidade que, ao transpassar tal obstáculo, o trajeto tornava-se mais tranquilo.

Com esse recorte vimos que a relação entre os brasileiros e os argentinos era muito próxima, sendo assim possível compreender a relação de aculturação. Como? A proximidade traz uma familiaridade, como por exemplo, em muitos momentos, o autor nos remete à escrita em espanhol. Desta forma, podemos compreender que somos originados a partir de diferentes mesclas culturais, criando assim uma identidade comum a todos. Então, no fim, quem somos?

 

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