Esportes
Morre locutor esportivo Januário de Oliveira
por Rochele Barbosa
O jornalismo esportivo perdeu, na segunda-feira, 31, Januário de Oliveira, aos 81 anos. Considerado um dos melhores locutores, no rádio e na TV, Januário faleceu esta tarde em Natal, no Rio Grande do Norte, vítima de complicações por conta de uma pneumonia. Januário atuou como narrador na rádio Clube de Bagé.
Januário marcou sua carreira com a criação de bordões que até hoje são lembrados pelos torcedores. O sonho de jogar no Internacional, seu time de coração, foi substituído pelo prazer de narrar jogos de futebol.
O radialista Edegar Abip Muza, destaca que Januário 'era um colega brilhante'. “Nas décadas de 60 e 70, ele trabalhava na rádio Cultura, na equipe do Vacionir Lopes e Alcides Martins, com muito trabalho e esforço, foi para São Paulo, e, depois, para o Rio de Janeiro. Anos depois, voltou a Bagé, para visitar os amigos", contou.
Januario trabalhou na Rádio Farroupilha, em Porto Alegre. No Rio de Janeiro, começou na Rádio Mauá, até chegar na Rádio Nacional. Sentia prazer em narrar futebol e seu primeiro bordão foi "taí o que você queria".
Fez história na TV Educativa do Rio de Janeiro. Outro grande período da carreira de Januário foi na TV Bandeirantes, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Criou novos bordões - "cruel", "sinistro" - e homenageou jogadores com apelidos que carregaram pelo resto da carreira, como o Super Ézio, artilheiro do Fluminense, e Sávio, o anjo louro da Gávea.
Inteligente, aproveitava momentos dos jogos para criar, em cima do lance. "Tá lá o corpo estendido no chão" foi inspirado nas duras entradas do zagueiro Júnior Baiano, como ele mesmo contou em entrevista a Sergio du Bocage.
A cegueira provocada pelo diabetes o tirou dos estádios em 1998.
*Com informações da Agência Brasil