Cidade
Aumenta a procura por atendimentos relacionados à saúde mental durante a pandemia
por Jaqueline Muza
Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que funcionam em Bagé registraram um aumento na procura por atendimentos relacionados à saúde mental durante a pandemia. Os principais transtornos foram a ansiedade e depressão, mas também há registros de tentativas de suicídio, ideação suicida, automutilação e uso intensificado de crack com álcool.
De acordo com a coordenadora dos Caps em Bagé, Carla Finger, os números não foram quantificados, mas ela relata que, em relação aos atendimentos, o que se tem percebido é o aumento de moradores de rua ainda mais crescente durante a pandemia. No Caps Álcool e Drogas, por exemplo, elevou a procura por atendimento de usuários de crack intensificado com álcool e, inclusive, da procura de tratamento para tabagismo. “No meio dos relatos, entre acolhidas e psicoterapia, os pacientes atribuem a pandemia ao aumento do uso”, comenta.
No Caps Infantil, o atendimento psicológico durante a pandemia também foi intensificado, principalmente nos últimos três meses. Segundo Carla, os principais problemas são as tentativas de suicídio, ideação suicida, risco, automutilação, crises de ansiedade com grande aumento da procura de adolescentes e familiares. Já no Caps II, a média diária de novos atendimentos é de seis pessoas.
Segundo a coordenadora, os pacientes chegam de forma espontânea ou encaminhados por alguma Estratégia de Saúde da Família (ESF) com crises de ansiedade ou depressão. O Centro também atende pessoas com esquizofrenia, bipolaridade e algumas ideações suicidas. “Entre 100 pacientes que são atendidos no mêsm cerca de três casos tem ideação suicida, esse percentual é baixo pelo número de atendimentos”, analisa.