ELLAS
Universo feminino com cores, traços e força
É indescritível a satisfação que os artistas sentem ao ver suas obras espalhadas pelo mundo. A artista plástica Marcela Meirelles compartilhou com essa colunista a agradável surpresa que teve ao encontrar, nas redes sociais, sua tela emoldurando uma bela foto de Zezé Motta.
por Viviane Becker
"Estava pesquisando sobre um programa novo do GNT que queria assistir e, na busca, me deparo com a imagem da maravilhosa Zezé com uma obra minha ao fundo", conta emocionada Marcela. A artista bajeense participou do edital da Bienal Black Brazil Art, destacando a beleza de duas mulheres negras: Elza Soares e Zezé Motta. Em 2019, Marcela entrou em contato com a produção de Zezé para presenteá-la com a obra. "Na época, ela agradeceu, mas vê-la com essa tela ao fundo me deixou muito feliz. Eu não sabia se a obra havia sido emoldurada. Fiquei orgulhosa", relata.
Já a obra de Elza também foi um presente entregue à cantora pessoalmente, por Marcela, em janeiro de 2020, durante um show no Rio de Janeiro, que levou o nome do seu 32º álbum de estúdio: "A mulher do fim do mundo".
Palavras de Marcelo Canellas
O repórter do Fantástico Marcelo Canellas fez uma declaração inspiradora sobre a arte de Marcela, em seu Instagram, que vale a pena compartilhar aqui:
"Foi com grande satisfação que comprei a tela Carpideira 2, da artista plástica bageense... Marcela honra a tradição dos grandes pintores de sua cidade. O famoso Grupo de Bagé integrado por Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti e Danúbio Gonçalves, todos bageenses, e pelo santa-mariense Carlos Scliar, causou grande espanto com a exposição de 1948 na galeria do Correio do Povo, em Porto Alegre. Os quatro, chamados de "os novos de Bagé", chamaram a atenção da imprensa e dos críticos de arte do centro do país com seus quadros de temática social em estilo figurativo realista com fortes traços expressionistas. Todos viriam a se consolidar como grandes artistas de renome internacional. Marcela segue o caminho aberto por seus precursores. Autodidata, recorre a temas sociais com ênfase na inflexão feminista: carpideiras, anjas negras, sacerdotisas africanas e mulheres oprimidas pela violência patriarcal. Com uma exposição individual e nove coletivas em Bagé, e uma individual no Centro Cultural Érico Veríssimo, em Porto Alegre, Marcela ganhou o respeito dos artistas do Rio Grande do Sul. Seu enorme talento ofusca o preconceito que vez ou outra se manifesta pelo fato de ela ser uma mulher trans. Parabéns por seu lindo trabalho que pode ser visto em @ marcimeirelles".