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Projeto Fosfato Três Estradas recebe aporte de R$ 17 milhões
por Jaqueline Muza
A Águia Fertilizantes anunciou, na quarta-feira, dia 7, que recebeu um aporte de A$ 4,07 milhões (dólares australianos), equivalente a R$ 17 milhões no câmbio atual. O recurso será utilizado para implementação do projeto Fosfato Três Estradas (PFTE) em Lavras do Sul.
De acordo com o diretor geral da empresa, Fernando Tallarico, o capital será destinado à construção da unidade industrial do projeto e para a implantação de Planos e Programas Ambientais que antecedem e serão implementados já na fase de obras e irão se desenvolver durante todos os anos de operação do empreendimento.
Tallarico explica que os projetos executivos de implantação, que incluem desde os de engenharia detalhada até sistemas de controle ambiental, já estão definidos. “A empresa aguarda a concessão da Licença de Instalação, a ser emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam), para dar início às obras”, ressalta.
O diretor explica que, após a emissão da Licença de Instalação, a empresa executa todas as obras e solicita a Licença de Operação, que autoriza o início da produção na unidade industrial. Ele acredita que, em um ano após o início das obras, o empreendimento estará apto e autorizado a iniciar a produção.
De acordo com Tallarico, a empresa está adquirindo áreas rurais na região de Três Estradas, que serão destinadas à preservação ambiental. Além de já desenvolver, desde o início da fase de licenciamento ambiental, Programas de Comunicação e Informação Socioambiental, Educação Ambiental e Apoio Institucional para Valorização do Patrimônio Cultural. “Além do Plano de Compensação Ambiental obrigatório, através do qual a empresa destinará uma porcentagem do total investido no projeto para uma Unidade de Conservação, foram elaborados Programas de Reposição Florestal e de Recuperação de Áreas Degradadas, que serão implementados durante a vida do empreendimento”, salienta.
Segundo o diretor, além do capital que a empresa levantou, as discussões com outros potenciais financiadores do projeto estão em nível avançado. “Este é um momento empolgante para Águia, pois estamos nos aproximando do início da produção e geração de caixa. A probabilidade é que a instalação da mina ocorra ainda no quarto trimestre de 2021”.
A Licença Prévia para a primeira fase do Projeto Fosfato Três Estradas foi emitida pela Fepam no final de 2019 e a empresa aguarda a licença de instalação para dar inicio às obras.
Pesquisas
As pesquisas minerais na cidade de Lavras do Sul iniciaram há cerca de 11 anos. À época, 50% do minério utilizado na indústria agrícola brasileira era de origem importada, hoje, em 2021, esse número chega a 60%. No Rio Grande do Sul, não existe nenhuma opção de fonte de fosfato, o que faz com que esse insumo seja 100% importado.
Tallarico destacou que, atualmente, o fosfato utilizado no Estado é importado de países do norte da África, chegam ao RS através do Porto de Rio Grande e passam por processos químicos antes de chegar até os produtores. Desta forma, o fosfato entra no país como um material importado, isento de imposto, não gerando arrecadação de imposto regional. “A riqueza dessa indústria acaba retornando para seus países de origem, principalmente o Marrocos e Argélia, maiores produtores do setor”, destacou.
{AD-READ-3}O objetivo principal da empresa é a criação de um ciclo de produção e riqueza riograndense e o diretor afirmou que a Águia Fertilizantes não tem nenhuma perspectiva de exportação do produto. “Não vamos levar o material até o porto, iremos vender a partir do município, assim como é feito com o calcário nas cidades vizinhas, garantiu. A extração desse minério deve possibilitar a produção de um fertilizante ambientalmente correto produzido na Campanha, muito próximo às regiões agrícolas, o que tornará esse produto ainda mais competitivo devido às condições de logística.