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Os impactos da pandemia da Covid-19 na Saúde Mental

Em 17/11/2020 às 00:30h

por Redação JM

Os impactos da pandemia da Covid-19 na Saúde Mental | Urcamp | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Doutor Ivan Bulcão afirma que seus pacientes começaram a retornar Foto: Rodrigo Kluwe

por Rodrigo Kluwe

Acadêmico de Jornalismo da Urcamp

 

O isolamento social, somado com as notícias diárias que vêm de todos os lugares do mundo sobre o avanço da Covid-19, faz com que muitas pessoas tenham dificuldade em enfrentar este momento atípico, gerando sentimentos de ansiedade, apreensão e medo. Alguns podem se desgastar emocionalmente por não conseguirem lidar com essas emoções; nesses casos, a solução encontrada é buscar profissionais capacitados, tais como psicológicos e psiquiatras. Tal procura refletiu no aumento da demanda da categoria.

Segundo algumas pesquisas, como a realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e divulgada pelo periódico The Lancet, uma das mais antigas e conhecidas revistas médicas do Reino Unido, os casos de ansiedade e estresse mais que dobraram durante a pandemia, e o índice de depressão teve um aumento de aproximadamente 90%. A fim de saber como está a procura por atendimento psicológico em Bagé, foi contactada a coordenadora da Saúde Mental, Carla Finger, que falou um pouco sobre os impactos da pandemia no setor.

Quando perguntada se houve alguma alteração no número de atendimentos durante a pandemia, ela diz que, no começo, as procuras por atendimento diminuíram significativamente; mas, aos poucos, o serviço foi retornando. No CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial Saúde Mental), houve um aumento de atendimentos de cerca de 20% em relação ao início da pandemia. Além disso, a coordenadora relata que os problemas psicológicos acerbaram devido ao momento atual e, desse modo, novos casos de pessoas relatando problemas de ansiedade, depressão e ideação suicida foram acolhidas nos Centros de Atenção Psicossociais.

O psiquiatra Ivan Bulcão afirma que, no início da pandemia, houve uma diminuição do número de atendimentos em seu consultório causada, segundo ele, pelo pavor que as pessoas sentiram de sair à rua. Ele conta que os seus pacientes começaram a retornar recentemente.  O próprio médico também se afastou no começo, a fim de se proteger, porque Bagé estava com um alto índice de contaminação e, consequentemente, os pacientes se retraíram. Com esse afastamento social, cresceu o número de queixas dos mesmos em relação a sentimentos depressivos e ansiosos.

“Todo o afastamento social causa uma diminuição na absorção de certas substâncias no cérebro que dão tranquilidade e felicidade, então, as pessoas se deprimem”, afirma Bulcão.  Ele enfatiza, ainda, que as pessoas têm o discernimento de que os problemas vivenciados neste momento estão diretamente ligados ao afastamento social e vêem o mesmo como principal causa dos sintomas de depressão e/ ou ansiedade.

Segundo o médico, os sintomas de depressão se manifestam sobre a forma de desinteresse pelas coisas do dia a dia, vontade de chorar, pensamentos negativos, esquecimento, dores e tremores no corpo, insônia, pesadelos, perda do apetite, irritação e perda da libido. Já a ansiedade se manifesta por dor no peito, agitação, sudorese, boca seca, diarreia ou prisão de ventre, sensação de medo infundado, tremores no corpo.

Sem certezas         

A psicóloga Carolina Lemieszek também foi procurada para dar sua opinião sobre o tema. Ela fez algumas considerações sobre este momento ímpar e afirmou que este é, sim, um momento novo para todos e, por isso, acaba sendo ansiogênico. “Na virada de 2019, fizemos vários planos, mas nunca imaginamos ter um 2020 assim. Tudo virou de cabeça pra baixo. O que era saudável virou arriscado; o que era prazer passou a ser risco”, explica.

Carolina disse ainda que não há certezas de absolutamente nada, referindo-se ao momento no qual estamos vivendo. Isso porque, segundo ela, pensávamos que estaríamos livres do coronavírus até, no máximo, setembro deste ano, mas a situação ainda se agrava, trazendo ansiedade, angústia e medo; o que, para a psicóloga, é completamente normal, aceitável e até mesmo esperado. Além disso, salienta que aqueles para que já tinham predisposição a algum transtorno, a pandemia acentuou.

Em contrapartida, algumas pessoas conseguiram agir durante a pandemia, reestruturando-se e ressignificando-se, isto é, reagindo saudavelmente a este momento, embora sentindo angústia e medo, que são emoções, segundo ela, aceitáveis.  Com a chegada desta doença, houve muitas mudanças nas orientações dos profissionais da saúde mental, por exemplo, segundo Carolina: “Pessoas depressivas, que antes eram orientadas a sair mais de casa, conviver com outros grupos, fazer atividade física, foram, por medida de segurança proibidas de fazê-los”.

Outros hábitos tiveram que ser deixados de lado, como beijar, abraçar, apertar as mãos ao cumprimentar. Isso tudo causou um grande impacto na nossa vida. Para ela, o mais triste de tudo é ver os idosos isolados, longe dos filhos e netos; principalmente nesse estágio da vida, onde estar perto de quem amamos é essencial. Esse isolamento agrava os casos de depressão daqueles que já sofrem com a doença.

Por outro lado, Carolina vê alguns aspectos positivos neste momento: "aprendemos o quão importante é estar junto de quem amamos; tivemos que encontrar formas de seguir a vida, como, por exemplo, resolver problemas sem sair de casa, com o auxílio da internet; tivemos a oportunidade de realizar atividades e tarefas que antes não tínhamos tempo e, finalmente, começamos a dar valor às coisas que realmente são importantes nas nossas vidas".

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