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Esportes

Daiane Bagé: “acho que essas meninas vão colher grandes frutos”

Publicada em 05/06/2019
Daiane Bagé: “acho que essas meninas vão colher grandes frutos” | Esportes | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Jogadora foi prata em nas Olimpíadas de Pequim

por Yuri Cougo Dias

Nesta sexta-feira, inicia, na França, a Copa do Mundo feminina de futebol. O Brasil, por sua vez, estreia no domingo, às 10h30min, contra a Jamaica. Já que o principal momento do futebol feminino está próximo, nada melhor que bater um papo com a zagueira Daiane Menezes Rodrigues, 36 anos, conhecida nacional e internacionalmente como "Daiane Bagé". Atleta do São José dos Campos (São Paulo), ela fez parte de uma geração colocou a seleção brasileira entre as principais do mundo, conquistando medalha de ouro nos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro (2007); vice-campeonato da Copa do Mundo da China (2007); prata nas Olimpíadas de Pequim (2008) e participação nas Olimpíadas de Londres (2012). Com sobra, foi a jogadora bajeense que chegou mais longe no "esporte bretão".
Em entrevista exclusiva ao jornal MINUANO, Daiane falou da sua sequência de lesões, os próximos rumos no São José dos Campos (onde está desde 2010) e também opinou sobre as possibilidades do Brasil na Copa do Mundo e um panorama do momento atual do futebol feminino brasileiro. Segue, abaixo, os detalhes do bate-papo com a zagueira da Rainha da Fronteira.

Reconstrução da cartilagem
Ultimamente, o maior desafio de Daiane tem sido lidar com as lesões. A sequência começou em 2013, quando rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito. Após oito meses de recuperação, a zagueirona voltou aos gramados. A outra contusão foi em abril de 2017, dessa vez, no joelho esquerdo. Nesse caso, a demora foi de praticamente de um ano para somente voltar a treinar. Ou seja, sem contar o estágio de fisioterapia e de recondicionamento físico e técnico. E quando estava voltando ao ritmo ideal, Daiane teve teve mais outra contusão, em outubro de 2018. Uma situação bem anormal: rompimento de um pedaço da cartilagem do joelho. "Quando me recuperei da outra lesão, voltei a treinar normalmente. Na minha primeira semana, o meu joelho começou a inchar, mas eu não sentia muita dor. Porém, na segunda semana, isso começou a me incomodar, principalmente para flexionar. Numa sexta-feira, senti uma 'fisgadinha' e não consegui mais treinar. Nos quatro dias seguintes, também não consegui treinar. Daí, procurei o médico que tinha feito a minhas outras duas cirurgias. Na ressonância, apareceu uma grande lesão na cartilagem", conta.
Para voltar a jogar, a única forma era Daiane passar por um procedimento cirúrgico na cartilagem. Porém, como dependia do aval do São José, fez a cirurgia em fevereiro 2019, em São Paulo. Ela explica o motivo da demora: "também passei por alguns médicos da seleção, que me apontaram como solução a mesma dos médicos do São José. Para fazer a cirurgia, eles buscaram uma membrana para implantar no joelho, no lugar da parte que estava solta da minha cartilagem. Ou seja, reconstruíram ela", ressalta.
Recuperação e futuro da zagueira
Como se trata de uma terceira lesão grave, é difícil estipular um prazo de recuperação. E alia-se a isso o fato de reconstruir uma cartilagem, algo não tão comum no dia a dia dos atletas. "Fiquei um mês sem pisar no chão e usando tala. Não podia dobrar o joelho, pois corria risco de arrebentar a membrana. O corte foi bem profundo. Fiquei o mês de fevereiro inteiro sem fazer nada. No segundo mês, tirei os pontos. Já estou com três meses de cirurgia e ainda não tenho uma flexão total. Faz uma semana que consegui dar minha primeira pedalada de bicicleta", destaca. Conforme boletim do médico, Daiane precisará, no mínimo, de três e quatro meses de recuperação. E para voltar a jogar, talvez de seis a sete meses.
Questionada sobre o planejamento para a carreira, Daiane ainda não se decidiu se pretende prosseguir ou se aposentar. Segundo ela, tudo vai depender da recuperação da lesão. "Eu gostaria de voltar. Ano passado, antes da lesão, planejei mais uns dois três anos de futebol. Mas, agora, primeira me focar na recuperação. Depois, decido se vou continuar. Meu contrato com o São José tem sido renovado de mês a mês. Vamos dar um passo de cada vez", observa.

Futebol feminino: Copa e visibilidade na mídia
Com o anúncio da transmissão da Copa do Mundo, pela TV Globo, aumento de cobertura de portais notícias e até mesmo com a circulação de um álbum de figurinhas, Daiane tem otimismo em relação à visibilidade das atletas brasileiras. Para ela, esse fenômeno atual tem relação direta com o esforço aplicado pelas primeiras gerações, a incluir ela. "Alguém tem que colher os frutos que plantamos lá atrás. Tivemos uma história muito legal no futebol feminino. Tem meninas ainda mais velhas que foram pioneiras no Brasil, como a Cici, a Roseli, a Pretinha. Elas nos inspiraram a jogar bola. Acho que devemos esse crescimento a elas. Mesmo que ainda devagar, estamos crescendo. Ainda sofremos com a falta de estrutura e de planejamentos, mas estamos evoluindo. Uma fato importante é o mercado lá fora. Ele abriu muito para essa nova geração. Acho que essas meninas vão colher grandes frutos. Temos que apostar as fichas, pois, esporte e educação são os caminhos para conseguirmos algo melhor", manifesta. Sobre o grupo de jogadores brasileiras que disputará a Copa, Daiane avalia que os resultados da preparação foram abaixo do esperado. Entretanto, tendo como base a qualidade das jogadores, acredita que o Brasil pode fazer bonito no Mundial. "Elas têm uma chave teoricamente boa. O jeito é pensar num passo de cada vez, sem afobação", salienta.
E para finalizar o bate-papo, respaldada pela vasta experiência nas quatro linhas e, diga-se de passagem, numa época em que a estrutura era ainda mais precária, Daiane projeta o futuro da modalidade feminina em solo brasileiro. "O fato da Conmebol exigir que os clubes que se classifiquem para Libertadores tenham times femininos faz com que novas meninas tenham oportunidades, não só em São Paulo. Vejo outras equipes crescendo, como o próprio Inter, que é do meu Rio Grande do Sul. O Brasil tem grandes jogadoras, mas que, muitas vezes, são desperdiçadas pela falta de oportunidades. Como já falei, o mercado internacional abriu suas portas. E quem se destacar, vai ter uma chance de ganhar uma vida melhor lá fora", observa.
Mas antes de encerrar a conversa, Daiane, como de costume, não podia deixar de lembrar de suas origens. "Deixo um abraço especial para o pessoal da Celeste, onde iniciei minha carreira no futebol feminino. Devo tudo a eles, pois, quando apareceram na minha vida, mudei totalmente o meu rumo. Por isso, fica a minha eterna gratidão a Celeste e a todo mundo de Bagé que me ajudou", finaliza.

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