O Clube da Justiça
O foro ficava na esquina da Sete com Carlos Mangabeira, onde hoje está a Biblioteca Municipal. Nos anos setenta os advogados não eram muitos, a novel Faculdade de Direito dava os primeiros passos. Reinava um fraterno ambiente e amizade entre juízes, promotores, servidores e bacharéis. Tempos em que o aniversário de algum era motivo de comemoração coletiva. Findo o expediente muitos se dirigiam ao Biancheti. E nos fins de semana organizava-se partida de futebol contra algum adversário, em campo de várzea. A reiteração de tais atos concorreu para que o coletivo jurídico imaginasse a estrutura formal de uma entidade e, em consequência, a aquisição de gleba para sede e campinho. A ideia saiu de chimarrão do fim das manhãs, nos cartórios do Diogo, do Domingos, ou do Jorge. E no gabinete do Dr. Orlando de Assis Correa. Assim nasceu o Clube da Justiça, com estatutos e registro.
As atas apontam que a reunião prévia se deu em 16 de junho de 1972, na Churrascaria “Ao Índio” do saudoso Geraldo Viegas, - inicialmente situada no Parque Esportivo onde o Guarany FC edificaria um estádio, e depois nos Altos da General Osório -, e segundo o documento estavam presentes Orlando Correa, Laerte Azambuja, Félix Onofre Garcia, Léo Brizolara, Dorval Arejano, Ery Lucas, e mais dois cotistas de assinatura ilegível.
A fundação oficial consta como sendo 25 de agosto de 1972. Os títulos patrimoniais custavam 1.050, 1.200 e 1.500 cruzeiros. Em 11 de março de 1974, no gabinete do Dr. Orlando Correa, tratou-se da indicação de um sócio que se encarregaria da contabilidade do ente: Anuar Laud, Dorval Arejano, Morvan Meirelles Ferrugem, Arthur Roberto Brasil Alves, Laerte Azambuja, Jorge Fontoura, Erly Borba Inghes. Naquele ano a Diretoria estava composta por Anuar, Dorval, Morvan, Arthur Roberto e Laerte. O livro de atas anota, em 3 de novembro de 1975, um encontro na sala da 1ª Vara Cível, onde estavam presentes Orlando Correa, Arno Cunha, George Teixeira Giorgis e Jorge Fontoura.
Constam como acionistas, Luiz Maria Ferraz, Oswaldo da Costa Moraes, Francisco Arno Vaz da Cunha, Ery Lucas, Edgar Coelho Leal, Dorval Arejano, Djalma Pimentel Maurente, Glenio Meirelles Ferrugem, Anuar Abud Laud, Amaury Nery, Orlando de Assis Correa, José Carlos Teixeira Giorgis, George Teixeira Giorgis, Obino Flores, Davi Ulisses Simões Pires, Orlando Brasil, Jorge Deibler, Tito Afonso Barbosa, Carlos Rodolfo Moglia Thompson Flores, Jorge Fontoura, Laerte Azambuja, Fernando Costa Gaspary, Darcy do Couto, Mário Aguiar Moura, Lúcio Ivo do Couto, Ernesto Nocchi, Juvenal Echevarria, Ildelfonso Flores, Morvan Meirelles Ferrugem, Erly Borba Inghes, Júlio F. Goulart, Jorge Marques, Francisco Carlos Alviggi Fico, Arthur Roberto Brasil Alves, Luiz Alberto Gonçalves Garmêndia, Olviedo Castanheira, Paulo Roberto Thompson Flores, Justino Costa Quintana, Fernando Sérgio Lobato Dias, Alfredo Salim, Mathias Nagelstein e Gastão Rosa Bittencourt. A relação é a existente em livro próprio, não olvidando que outros membros tenham, após, adquirido as ações que atestem sua propriedade. Com os recursos, o clube adquiriu área nos subúrbios, com entrada pelo Passo do Príncipe e frente para o Anel Rodoviário. Ali se construiu um campo para futebol e uma sede. O falecimento de muitos, e aparente abandono do imóvel, embora a existência de um comodato, ensejou a que invasores se aproveitassem para tentar haver-se deste acervo, o que já está sendo repelido na Justiça. Em vista de breve assembleia para se decidir o destino do Clube da Justiça, os sócios aqui referidos ou seus sucessores devem precaver-se, e possivelmente com suas ações para dita reunião, fazendo contato, por ora, com os doutores Jorge Marques Filho e Francisco Arno Cunha para o respetivo apontamento.