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Joyce e Guiness

Em 15/10/2024 às 14:46h, por José Carlos Teixeira Giorgis

As primeiras linhas de um romance devem despertar a curiosidade e interesse do leitor, assim como o fecho de um conto sugerir certa estranheza, segundo a lição de Poe. Semana passada lembrei frase sobre “ o pequeno Fuça-Fuça que encontrara uma vaquinha”, com que James Joyce começa seu “Retrato do artista quando jovem”, escrita em 1904. Tinha o costume de andar com algum livro quando exerci o magistério. Em muitos colégios, depois da exposição, os alunos pediam “um tempo” para a preparar a sabatina ou tarefa do mestre que viria depois. Nestes momentos aproveitava o silêncio para ler algumas páginas da obra que, em geral, guardava no armário da sala dos professores. Devo ter esquecido o exemplar em algum lugar, pois foi-me devolvido pelo caro Ernani Deiro, anos depois, que o achara com o carimbo da biblioteca do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual.... Voltava ele, então, ao seu redil.

Outra mania. Nas viagens ao exterior, quando na cidade havia nascido algum autor de renome, não perdia o ensejo de visitar seu museu ou casa. Foi assim como Garcia Lorca, Jane Austen, Thomas Mann, Victor Hugo, Botero, Garcia Marques, Kafka, além de outros. Quando nosso grupo aterrou em Dublin logo lembrei Joyce, irlandês que também vivera em outros lugares, como Pula (Croácia), Trieste, Zurique; e Paris, onde conseguiria a publicação de “Ulisses”, em 1922, depois de longa peregrinação por diversas editoras, rejeitado por sua linguagem revolucionária, os monólogos interiores e psicológicos, como disse em outra crônica E fora iniciativa corajosa de Sylvia Beach, dona da pequena livraria Shakespeare, situada em 12 da Rua Odeão, na Cidade Luz, abrigo de numerosos escritores (Hemingway, Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Ezra Pound), a conhecida “Geração Maldita”, época da Segunda Grande Guerra. Conta-se que a loja foi fechada pelos nazistas quando Sylvia se recusou a mostrar a um oficial alemão um exemplar de ”Finnegans Wake”, também de Joyce. Antes, lá vários palestravam, como Valery, Elliot, Gide; e se poderia saber de Lady Chaterley, eis que Lawrence fora banido dos leitores de língua inglesa. Depois da guerra, Hemingway, “reabriu” livraria o que, todavia, de fato não aconteceu. Outra, com o mesmo nome, não é daquela famosa dona. Vale a pena conhecer o que se escreveu sobre a loja de Sylvia Beach. Em 9 de junho celebra-se o Bloomsday.

Pois bem. Chegado a Dublin, o anseio foi substituído por outros e belos atrativos. Ao viajante ocasional é obrigatória a viagem para a Irlanda do Norte. E um dos passeios tradicionais é a ida à Cervejaria Guiness. Durante mais de meio dia perambulou-se para baixo e cima dos andares. Sempre atento à saborosa cerveja preta, os copázios se substituíam entre risos e aplausos. E vai daí que, lá pelas horas da tarde, em companhia de Terezinha Costa e Silva Puglia e outra parceira tomou-se um táxi e se rumou para 35 N Great George’s St. Rotunda, Basement, Dublin, às margens do Rio Liffey, não muito longe da Guiness. Em busca de Stephen Dedalus, Molly e Leopold Bloom. De Ulisses, Penélope e Telêmaco. E do Pequerrucho Fuça-Fuça.

Mas, segundo o porteiro, o expediente já fechara.

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