SEMANA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Trilha no Rincão do Inferno encerra a 20ª SNCT e Congrega
por Redação JM
por Priscila Petrecheli
Acadêmica de Jornalismo
Na Sexta-Feira Santa, dia 29, ocorreu a Trilha Ecológica promovida pelo curso de Ciências Biológicas, encerrando a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e o Congrega. A atividade aconteceu no Rincão do Inferno, localizado às margens do Rio Camaquã, entre Bagé e Lavras do Sul. A iniciativa contou com a presença de alunos de diversos cursos e de pessoas da comunidade.
História
Durante a trilha, aconteceram explicações sobre o bioma e também sobre a história do local. O Rincão surgiu a partir do aquecimento e compactação de pedregulhos e areias trazidos por rios da montanha há mais de 500 milhões de anos. A passagem do Rio Camaquã ocorreu após as rochas serem cortadas pela força tectônica, causando uma fratura por onde o rio escavou as rochas de forma linear.
O Rincão do Inferno também é conhecido como Rincão dos Franco. A família Franco, que vive no local, é descendente de escravos fugidos do jugo das Charqueadas, ainda no século XIX. O Rincão dos Franco é parte do chamado ‘Quilombo das Palmas’, reconhecido pelo Governo Federal através da Portaria INCRA 106, de 16 de fevereiro de 2017.
Experiências
A trilha oportunizou que os estudantes e pessoas da comunidade estreitassem laços, ao se ajudarem no caminho, ou ainda no momento de diversão no rio. Esthefani Lettnin Soares, acadêmica do curso de fisioterapia, afirma que a oportunidade de fazer um passeio em grupo, em meio à natureza, foi uma ótima experiência para se relacionar com os colegas. “Gente que acabamos vendo todo o dia no corredor e não se aproxima, além de ter um contato maior com a natureza”, conta.
Thais Carvalho, acadêmica de Administração, relatou sobre a experiência: “Foi interessante e diferente sair do convívio e da rotina da universidade, ver a natureza, aprender um pouco mais sobre essa parte que eu nunca tinha ouvido falar”.
A coordenadora do curso de Ciências Biológicas, professora Tamyris Ramos, abordou a relevância desta experiência para os participantes, que conhecem mais sobre o Bioma Pampa, se conectam com o local e com as pessoas. “A gente se prende muito à teoria, mas é interessante que a gente venha a campo, observe e se conecte. Muito além do conhecimento, é estar presente e entender que a natureza existe, ela está aqui e nós fazemos parte dela", explica.
O participante Lucas da Silva, analista de Recursos Humanos, relata que não esperava encontrar um lugar tão bonito e perto da cidade. "A caminhada em si já foi legal. E chegar aqui e ter esse local tão lindo para a gente”, destaca.
Por fim, a professora Tamyris detalha os planos para novos eventos. “Tem muitos lugares aqui na região para visitar e reconstruir a história da terra através da análise dos fósseis. Então, uma próxima trilha seria voltada para uma prática”, conclui.