MENU

Identifique-se!

Se já é assinante informe seus dados de acesso abaixo para usufruir de seu plano de assinatura. Utilize o link "Lembrar Senha" caso tenha esquecido sua senha de acesso. Lembrar sua senha
Área do Assinante | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

Ainda não assina o
Minuano On-line?

Diversos planos que se encaixam nas suas necessidades e possibilidades.
Clique abaixo, conheça nossos planos e aproveite as vantagens de ler o Minuano em qualquer lugar que você esteja, na cidade, no campo, na praia ou no exterior.
CONHEÇA OS PLANOS

Saúde

Você sabe o que é Nomofobia?

“A dependência das redes sociais é gerada pelo hábito. Nos tornamos dependentes por conta da facilidade que as redes nos trazem em fugir da realidade, em vender uma imagem que pode ser totalmente diferente de quem realmente somos, a facilidade.” (Luan do Santos, acadêmico de Psicologia da Urcamp)

Em 18/02/2024 às 08:06h
Giana Cunha

por Giana Cunha

Você sabe o que é Nomofobia? | Saúde | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Freepik

Já virou cena comum. Difícil é não encontrar quem esteja com o celular na mão, conversando, assistindo vídeos ou conferindo fotos nas redes sociais. Não importa a idade: essa tecnologia chegou para ficar. Mas quais os riscos de excedermos os limites do tempo on line? Estudos comprovam que surgiu e está consolidado um novo tipo de dependência, a das redes sociais. A chamada Nomofobia.

Luan dos Santos, acadêmico de Psicologia da Urcamp, curso coordenado pela professoram Sílvia Vargas, desenvolveu uma pesquisa sobre o assunto, publicado em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com orientação da professora Dra. Cláudia Moscarelli Corral.

Segundo ele, o vício das redes sociais está associado a uma série de comportamentos semelhantes aqueles que acometem dependentes de substâncias químicas, por exemplo. Normalmente, o vício aumenta de forma perpendicular aos hábitos que a pessoa dependente possui, isto é, quanto mais se usa, menor será a sensação de prazer (demandando maior uso) e menor será também, o controle que a pessoa possui sobre o vício. E esse é um sinal de alerta.

Por exemplo: imagine que, neste momento, as redes sociais deixaram de existir e o seu telefone volta a servir apenas para receber chamadas e enviar mensagens de texto. Será que você iria checar este aparelho diversas vezes ao dia, por prazer/recompensa?

Essa reflexão faz parte do artigo escrito por Luan. “Você não poderia utilizar esse aparelho para verificar se há uma curtida em uma foto sua, mensagens através do WhatsApp, não poderia ficar uma ou duas horas assistindo vídeos proporcionados por um algoritmo que busca te recomendar conteúdos que você possui mais afinidade e também não poderia realizar diversas outras tarefas como, analisar seu saldo no banco, enviar um e-mail importante, ler este artigo para àqueles que se ligam nas notícias através do seu smartphone, dentre outras diversas tarefas que nos tornam dependentes desta tecnologia. Essa dependência poderá também gerar transtornos, como, por exemplo, a Nomofobia, que é o pânico do afastamento do smartphone.

Recentemente, em um programa de TV, uma influencer, que trabalha com postagem de vídeos em redes sociais, teve crises de abstinência, atribuídas a falta do celular. Foram detectados pelo menos cinco sintomas característicos do transtorno psicológico chamado Nomofobia. Medo, ansiedade, delírios, falas desconexas e mania de perseguição. Especialistas afirmam que para uma pessoa que fica o dia inteiro com o aparelho nas mãos, tê-lo retirado repentinamente de sua rotina é como perder uma parte do corpo.

Para o pesquisador, as causas estão associadas a fatores fisiológicos. Ou seja, existe uma forte relação entre a produção de dopamina e vício em tecnologia. A dopamina é também conhecida pelo senso comum como o “neurotransmissor do vício”, pois a sensação de prazer que este neurotransmissor reflete quando liberado no organismo faz com que o cérebro do indivíduo seja induzido a buscar por mais recompensas, isso se deve ao método atuante deste neurotransmissor, que está ligado à perda do controle inibitório do córtex pré-frontal.

Ele destaca, ainda, que é importante considerar as evidentes alterações nas plataformas digitais e as ferramentas que são oferecidas no sistema de uso e algoritmo das redes sociais, como por exemplo a ferramenta reels do Instagram, que é muito semelhante à estrutura do app TikTok. Essa ferramenta possui em sua funcionalidade um algoritmo que analisa o que o usuário possui mais afinidade e direciona seu engajamento dentro da plataforma para acessar influenciadores e anúncios de determinados nichos, reduzindo anúncios e usuários da rede que não façam parte do que o algoritmo identifica como “aproveitável” pelo usuário. Sendo assim, a plataforma condiciona o usuário a permanecer mais e mais tempo acessando conteúdos que serão recompensadores de forma repetitiva e impulsiva, podendo induzir que seus pensamentos tornem-se influenciados ou mais suscetíveis a determinados assuntos ou grupos dentro de uma comunidade, isto é, polarizando este indivíduo e o tornando mais cancelador, pela falta de repertório intelectual a respeito de assuntos diversos e menor controle do sistema inibitório cerebral. Mas como identificar essa dependência e qual o principal motivo das pessoas se tornarem dependentes das redes?

Isso é TDAH ou você só está superestimulado?

Uma questão importante a ser tratada quando falamos na quantidade de estímulos que recebemos, é o quão biologicamente não fomos feitos para tal. A quantidade de “dopamina artificial” que produzimos.

Andrew Huberman, um dos maiores neurocientistas do planeta, ressalta que existem dois tipos de dopamina, a natural e a artificial. Obviamente é o mesmo neurotransmissor, o que muda é a forma como ele é gerado. A quantidade de dopamina natural gerada é cada vez menor, porque é muito mais fácil assistir uma hora de vídeos no seu dispositivo, gerando uma carga maior de dopamina, do que separar essa mesma hora para realizar um exercício físico que vai gerar menor dopamina, porém advém de um esforço realizado pelo indivíduo. Justamente por estes fatores, a dependência é gerada pelo hábito. Nos tornamos dependentes por conta da facilidade que as redes nos trazem em fugir da realidade, em vender uma imagem que pode ser totalmente diferente de quem realmente somos, a facilidade.

É possível notar a mudança em comportamentos como, deixar fatores importantes da vida como a própria higiene de lado para passar horas assistindo vídeos ou acessando conteúdos, possuir uma perda no desempenho em tarefas no trabalho e na escola, além de buscar cada vez mais atividades nas redes. É necessário não generalizar a dependência somente a estes fatores, pois também podem aparecer de outras formas, como em problemas na autoestima de pessoas que almejam o estilo de vida “perfeito” da maioria dos influenciadores, gerando uma sensação de invalidez, ansiedade e podendo também desenvolver transtornos como a depressão. O ideal é buscar ajuda especializada, para todos aqueles que se identificam com estes sintomas.

A grande maioria das redes sociais possuem sua faixa etária traçada para indivíduos entre 14 até a 30 anos de idade. É importante verificar se o indivíduo encaixa-se em todos os sintomas e o nível de dependência e se ela realmente existe naquele indivíduo, através de testes que só podem ser realizados por um psicólogo.

Como evitar a dependência das redes?

Há que se priorizar o uso de forma saudável, não substituindo as relações de verdade por relações virtuais. É muito importante controlar o uso e não substituir tarefas que trazem saúde e bem-estar, como exercícios físicos e manter uma alimentação saudável são essenciais para uma melhora considerável ou até mesmo evitar o início desses hábitos. Fazer psicoterapia é um fator muito importante, conhecer a si mesmo e os seus hábitos e limites, entendendo o próprio funcionamento e sabendo lidar quando notar que as redesestão assumindo um papel que, biologicamente, não nascemos para assumir.

O tratamento para a dependência das redes, assim como para qualquer outra dependência comportamental, envolve, na grande maioria das vezes, a inclusão de terapia individual, grupo, apoio social, mudança de diversos hábitos e atividades multidisciplinares.

Galeria de Imagens
Leia também em Saúde
PLANTÃO 24 HORAS

(53) 9931-9914

jornal@minuano.urcamp.edu.br
SETOR COMERCIAL

(53) 3242.7693

jornal@minuano.urcamp.edu.br
CENTRAL DO ASSINANTE

(53) 3241.6377

jornal@minuano.urcamp.edu.br