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Urcamp anuncia mobilização para oferecer curso de Medicina

Reitor, professor Antônio Evanhoé Sobrinho, recebeu o prefeito em exercício de Bagé, Mário Mena Kalil, que assinou termo de cooperação pelo qual a Administração Municipal se compromete a apoiar, politicamente, para que a Instituição seja a escolhida para oferecer a graduação

O Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp) formalizou, nesta semana, o início de uma mobilização de âmbito regional para pleitear a autorização do Governo Federal para passar a oferecer uma graduação em Medicina. O assunto, que tem sido pauta local há alguns anos, pela primeira vez, de forma oficial, despontou com a divulgação de interesse por parte da Instituição de Ensino Superior, a mais tradicional sediada em Bagé.

O primeiro passo anunciado ocorreu quando o reitor, professor Antônio Evanhoé Sobrinho, recebeu o prefeito em exercício de Bagé, Mário Mena Kalil, para a assinatura de um termo de cooperação pelo qual a Administração Municipal se compromete a apoiar, politicamente, que a Urcamp seja a escolhida para oferecer o curso de Ensino Superior.

Vale lembrar que, em outubro, o Ministério da Educação autorizou a abertura de até 95 novos cursos de Medicina, com 5,7 mil vagas, em 1.719 municípios do país, entre os quais Bagé foi um dos listados. No mesmo anúncio, foi detalhado que cada mantenedora de instituição privada de ensino superior poderá apresentar até duas propostas para instalação de cursos, sendo uma por unidade da federação.

A Urcamp, que é comunitária, já conta com estrutura adequada dentro da área da Saúde, através do Hospital Universitário que, além de atender em mais de 80% a população da região pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também funciona como Hospital Escola, servindo como prática para os alunos de Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia.

Kalil, ao se pronunciar sobre a pauta, destacou a importância de se incorporar à causa. “Nós, como gestores, temos o compromisso e a obrigação de estarmos lado a lado das instituições que pensam no crescimento. E tenho certeza, a faculdade de Medicina, aqui em Bagé, conquistada pela Urcamp, vai trazer uma nova etapa, uma nova fase, não só na Saúde, como no crescimento de nossa cidade e da região. Será a maior conquista da Saúde de Bagé dos últimos anos”, justifica.

O reitor da Urcamp, por sua vez, enalteceu o potencial que uma instalação de Medicina pode proporcionar, para toda a Campanha gaúcha. "Temos visto que as universidades que contam com esta graduação conseguem se manter com mais robustêz no cenário econômico. A cidade cresce, os municípios do entorno também e a autoestima da região se eleva. Além disso, vamos evitar que centenas de jovens saiam da nossa cidade para estudar fora. Todos ganham com isso: o estudante, a família e a região", pontua.

Busca por mais apoio
Após este primeiro passo, a gestão da Urcamp antecipou que seguirá buscando reforço político nas prefeituras da região para comprovar, junto ao Governo Federal, a necessidade do curso de Medicina.
A intenção é seguir pleiteando apoio, também das câmaras de vereadores, assim como ao lado da população da Campanha gaúcha.

Demanda por profissionais
A busca por novos profissionais, de acordo com o Ministério da Educação, ocorre no âmbito da retomada do programa Mais Médicos, que visa ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com a descentralização da oferta de cursos e promoção da qualidade da formação médica.

A meta é atingir, em dez anos, o indicador de 3,3 médicos por mil habitantes, média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Conforme dados de 2022, o Brasil possui 2,54 médicos por mil habitantes.

Em 2013, quando o Mais Médicos foi lançado, o indicador era de 1,8 médico por mil habitantes. De acordo com o governo federal, apesar do aumento do número desses profissionais nos últimos dez anos, ainda persiste o problema da má distribuição das vagas.

Para alcançar a meta da OCDE, é necessária a abertura de 10 mil novas vagas em cursos de Medicina, de acordo com a União. Então, além das 5,7 mil vagas anunciadas, o governo planeja ofertar cerca de 2 mil vagas para expansão dos cursos de Medicina privados já existentes e mais 2 mil para as iniciativas de expansão das universidades federais, tanto em cursos já existentes, como em novos.