Saúde
Região apresenta índice mais baixo do RS em cobertura de mamografia
por Melissa Louçan
No mês dedicado à fala, à prevenção, aos cuidados e ao tratamento do câncer de mama, a Metade Sul do Estado enfrenta uma situação alarmante. Os dados revelam que a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), com sede em Pelotas, e a 7ª CRS, em Bagé, estão enfrentando um desafio significativo ao não atingirem a meta de cobertura de mamografia de rastreamento, que é de 31% ou mais, no público-alvo. Essa informação é proveniente do próprio site do governo do Rio Grande do Sul e foi divulgada pelo Observatório do Câncer do RS.
Segundo dados do Observatório, a cobertura total no estado para o rastreamento de câncer de mama atinge 41,7% na média entre 2015 e 2022, enquanto a Regional Bagé registra somente 16,7% no público-alvo - a menor média do Estado.
Em relação à realização do exame, a média estadual é de 64,4%, mas a 7ª CRS atinge apenas 60%, longe da meta de 90%. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) aponta duas justificativas para esses índices preocupantes: exames realizados em mulheres que não se enquadram na faixa etária correta para o rastreamento e a falta de registro ou subnotificação de dados por parte de alguns municípios.
Conforme explicado por Cecília Fritsch, da 7ª CRS, o indicador usado no levantamento é o número de mamografias realizadas em mulheres entre 50 e 69 anos, a faixa etária recomendada para a realização anual do exame. A contratualização entre o Estado e os municípios prevê a disponibilização de um mamógrafo e a realização de 250 mamografias por mês. No entanto, a procura pelo exame costuma ser muito inferior à oferta, levando à redução da oferta de mamografias durante o processo de recontratualização devido à baixa demanda.
Cecília ressalta que a baixa procura por exames já era uma preocupação discutida com os municípios de abrangência da 7ª CRS (Aceguá, Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul) há meses. Apenas em outubro deste ano a agenda de exames foi preenchida, graças aos mutirões de programação do Outubro Rosa.
Como parte das ações do estado para combater esses baixos índices, está sendo promovida uma educação continuada, visando conscientizar as equipes das unidades básicas de saúde sobre a importância da saúde feminina e a necessidade de solicitar os exames recomendados para mulheres na faixa etária adequada, em qualquer circunstância. “Não podemos perder essas oportunidades de encaminhar mulheres dentro da idade preconizada para os exames. Por isso orientamos os profissionais dos municípios para que tenham esse olhar integral para a saúde feminina”, explica.