Urcamp
Mostra de Iniciação Científica encerra 43ª Semana Jurídica da Urcamp
por Yuri Cougo Dias
Após quatro dias de debates e palestras, a 43ª Semana Jurídica da Urcamp dedicou seu último dia para colocar os acadêmicos como protagonistas. Na noite de sexta-feira, 16, o curso de Direito realizou a 4ª Mostra de Iniciação Científica. Sob a coordenação do professor, doutorando Higor Freitas, o evento contou com a apresentação de 28 trabalhos, divididos em três mesas debadoras, envolvendo docentes e convidados.
O principal objetivo da Mostra foi o fomento à pesquisa, bem como proporcionar reflexões sobre a atuação na área do Direito e os reflexos no cotidiano. Nesse sentido, os trabalhos abrangeram desde estudantes que estão nos primeiros semestres até aqueles que estão elaborando o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Acadêmica do 9º semestre, Amanda Geisler Aires Bispar apresentou duas temáticas. A primeira, sobre “Transversalidade das relações de gênero do cumprimento de medidas socioeducativas de internação”. A segunda, referente ao “Tráfico de drogas no trabalho infantil por meninas adolescentes no cumprimento de medidas socioeducativas de internação no Estado do Rio Grande do Sul durante o ano de 2022”. Ambas foram tratadas a partir de uma perspectiva de gênero, no sentido de identificar o perfil dessas adolescentes. “Faço parte de grupos de pesquisa desde o segundo semestre. Considero extremamente importante, não somente para o desenvolvimento em sala de aula, mas também, fora. Isso no sentido de oratória e para preparação profissional, independente da escolha que tomar”, enfatiza.
Aluna do 5º semestre, Daniela Sturza abordou sobre “O Cômputo do período de trabalho rural infantil para fins previdenciários”. A pesquisa consistiu em averiguar o embasamento legal e jurisprudencial para a concessão do benefício de aposentadora conquistado a partir de um período de trabalho cumprido de forma irregular. O início da vida laboral antes dos 18 anos é proibido pela legislação brasileira. Nesse sentido, a estudante analisou o tratamento aplicado em casos que tiveram a comprovação do efetivo trabalho realizado pela criança ou adolescente durante o período compreendido como infância, não apenas em atividades domésticas, mas também, no meio rural. “Eventos como esse são extremamente importantes para a nossa formação enquanto acadêmicos. E mais do que importante, também destaco a qualidade dos avaliadores, pois o corpo docente escolheu profissionais experientes, inteligentes e qualificados, que compartilharam conhecimentos, nos mais diversos aspectos, que vão fazer parte da nossa formação dentro da área do Direito”, ressalta.
Os estudantes Márcio Correa (9º semestre) e Maria Laura Pêgas (6º semestre) falaram sobre “Exploração sexual comercial de meninas negras e o aliciamento para fins do tráfico de pessoas”. A pesquisa consistiu em abordar a respeito do conceito da tríplice responsabilidade, formada pela sociedade, estado e família, de garantir os direitos fundamentais das crianças e adolescentes. Dentro desse contexto, os acadêmicos trataram de temas como racismo, machismo e adultocentrismo, conceito, este que entende a criança com poder de fala inibido. “Tenho como objetivo fazer Mestrado e Doutorado. Por isso, é extremamente importante esse desenvolvimento pela pesquisa”, destaca Maria Laura. “Tive a curiosidade pela pesquisa despertada numa palestra com Glênio Quintana e Débora Magalhães, no começo do ano. Geralmente, na graduação, se aborda mais sobre a atuação como advogado e mediante concursos públicos, mas pouco se fomenta à pesquisa. Também tive o incentivo do professor Rafael Moreira”, salienta.