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Cidade

Bagé alcançará aplicação de 2,7 mil testes rápidos

Publicada em 28/04/2020
Bagé alcançará aplicação de 2,7 mil testes rápidos | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Novo decreto terá poucas mudanças nas restrições, segundo prefeito

As determinações atuais que têm pautado o isolamento social são válidas até quinta-feira. Porém, a tendência é de que as restrições não tenham mudanças significativas, embora os números tenham praticamente estagnado. O último caso registrado ocorreu no dia 17 de abril. Entretanto, o município passará para um novo processo, que é denominado de Cinturão de Monitoramento. Os detalhes foram expostos em coletiva de imprensa no final da tarde desta segunda-feira (27), com participação do prefeito Divaldo Lara, do secretário de Saúde, Mário Mena Kalil, e do coordenador Regional de Saúde, Ricardo Necchi.

Conforme Kalil, o período em que as medidas de restrições foram adotadas num formato mais drástico serviu para que a rede pública de saúde estivesse preparada para atender a cidade. Dos 77 leitos hospitalares, segundo eles, três são ocupados, na Santa Casa, por pacientes com suspeita de coronavírus, e outros três por suspeita de H1N1.

Agora, a intenção é expandir a coleta de exames para outras regiões do município. Dos 29 casos confirmados em Bagé, 25 estiveram relacionados a pacientes do centro da cidade, e somente quatro nos bairros. A ideia, portanto, com respaldo do trabalho de preparação montado na rede pública de saúde, é de que haja uma pesquisa mais ampla. De acordo com Kalil, amanhã deve chegar a Bagé uma equipe de epidemiologia da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), que é ligada à Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). E entre quinta e sexta-feira, será feita uma pesquisa com 400 coletas.

Posteriormente, chegarão mais 1,3 mil testes rápidos. Com isso, a estimativa da Prefeitura é de que Bagé chegue ao total de 2,7 mil exames feitos. A partir desse diagnóstico que o município traçará quais serão os próximos passos a serem tomados. “Tomaremos decisões com base científica em dados, e não empiricamente”, contextualiza.

Quanto às regras de isolamento, Lara afirma que serão mantidas. Há expectativas de pequenas mudanças que envolverão, diretamente, estabelecimentos comerciais. Os detalhes serão divulgados na quinta-feira, quando será publicado um novo decreto municipal.

Curva achatada

Durante a coletiva, Kalil expôs uma série de gráficos que comparam o crescimento da curva de Bagé em comparação com Porto Alegre e Itália. “O gráfico apresenta um achatamento da curva claro. Saímos com uma curva muito parecida com a de Porto Alegre, de repente, achata. Isso tudo foi decorrente de uma ação muito forte de isolamento, diferente de outros locais do país. Mas isso nos traz uma preocupação: o que fazer nesse momento? Bagé não tem mais o vírus? Tem, sim. Resolvemos nesse primeiro momento, deu tempo para prepararmos os hospitais e criarmos o Hospital de Campanha. Em um momento, fomos até criticados pelo governo do Estado por termos liberado, mas sabíamos o que estávamos fazendo. Criamos uma relação muito forte com a comunidade”, enfatiza.

Com o Cinturão de Monitoramento, Bagé ampliará a identificação do vírus. E para tomar qualquer tipo de medida, Kalil afirma que há um diálogo permanente com o Ministério Público, no sentido de utilizar indicadores como base para gerar qualquer forma de flexibilização.

Isolamento prossegue

Segundo Lara, o trabalho científico que será feito no Cinturão de Monitoramento ressalta ainda mais a importância do isolamento. Uma das ações que retornará são as barreiras sanitárias. “Antes, dizíamos que Bagé é mais contaminante do que contaminada. Agora, somos menos contaminante e precisamos tomar cuidado para não sermos mais contaminados. Vai sair um decreto na quinta-feira, mas não temos previsão de grandes mudanças. O município mantém a mesma linha de estratégia de prevenção e mantém seu foco para que cada dia seja um dia a menos nessa luta”, pontua.

Para Necchi, se o município não tivesse adotado o isolamento assim que houve o registro do caso zero, a situação já teria saído do controle. “Agora, precisamos usar a liberdade com responsabilidade, pois se os casos aumentarem muito, teremos que fechar de novo. Se não tivéssemos tido esse controle, toda a região tinha sido contaminado. Dou os parabéns aos gestores públicos, que fazem um trabalho fantástico”, conclui.

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