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Assentamento Santa Elmira, de Hulha Negra, completa 30 anos
Publicada em 14/05/2019
No domingo, 12 de maio, os integrantes do assentamento Santa Elmira, localizado em Hulha Negra, celebraram 30 anos de história do local. Nascido de uma ocupação, em 1989, a estrutura abriga, na atualidade, mais de 50 famílias e se destaca na produção de leite, soja, milho e feijão. Além de uma Missa na Capela 'Imaculado Coração de Maria', um almoço foi organizado pela liderança da comunidade: o casal Nando e Dona Cenira.
A história do assentamento começou em 11 de março de 1989, quando da ocupação da Fazenda Santa Elmira. O ato foi marcado por enfrentamento com a força policial, tiros e violência e uso, inclusive, de helicópteros com bombas de efeito moral. Conforme relato histórico da época, 19 pessoas foram baleadas, 21 foram presas e 300 pessoas hospitalizadas, muitas na região de Cruz Alta e Pelotas. O ato de ocupação da fazenda marcou também a história do MST no estado do Rio Grande do Sul naquele ano. Frei Sérgio, líder religioso desde a ocupação, foi autor de um livro sobre o tema e muitas outras produções jornalísticas tratam também sobre o 'massacre da Fazenda Santa Elmira'.
Nos dias atuais, o assentamento é composto por 53 famílias, possui a escola Municipal Chico Mendes, que atende mais de 100 crianças e adolescentes e também o EJA (Educação para Jovens e Adultos), e se destaca pela produção de milho, soja, feijão e leite.
Dona Cenira, líder do assentamento, fez uma fala agradecendo o trabalho de cada família e destacou a importância da união de todos os membros para manter vivo o ideal de luta, que, conforme ela, é pilar da comunidade desde 1989.
Presente no encontro, o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) foi um dos convidados para a festa em razão da sua história e trajetória com o MST e, em especial, com a comunidade da Santa Elmira, além de vereadores de Hulha Negra. O parlamentar falou com emoção sobre a história do assentamento e da coragem das mulheres e homens que se sacrificaram pela construção de uma nova história e ideais. "Devemos sempre lembrar da nossa história e contá-la para as próximas gerações. Foram três décadas de muito trabalho, muito sacrifício e doação pessoal que contribuíram para mudar não só a história de dezenas de famílias na região como também a própria história do MST. Com o olhar no futuro, a juventude do campo precisa ser valorizada e estimulada a produzir e empreender, por isso, olhar para a própria história é importante. Após 30 anos, muito ainda pode e precisa ser feito por esta comunidade que cresce e ganha mais jovens e crianças a cada ano", mencionou.
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