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Bolsistas realizam manifestação contra extinção do Pibid
As manifestações nacionais contra a extinção do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) tiveram representatividade em Bagé. Na manhã de ontem, integrantes do programa se reuniram na Praça de Esportes, onde expressaram insatisfação com a falta de informações oficiais sobre o destino do Pibid e discutiram alternativas para manter o funcionamento da iniciativa.
O ato de protesto teve a participação de bolsistas e representantes da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).
Conforme a coordenadora institucional do Pibid/Urcamp, Ângela Carretta, o orçamento anual para o programa já está aprovado, porém, o governo federal ainda não liberou o novo edital, sendo que o atual vence no dia 28 de fevereiro, o que causará, no mínimo, uma pausa nas atividades.
No fim do ano passado, o Ministério da Educação (MEC) anunciou que o Pibid será reformulado e inserido no novo programa de Residência Pedagógica, com objetivo de ampliar a sua extensão. Entretanto, a coordenadora salienta que as informações sobre o processo e a falta de diálogo entre o governo e os bolsistas é um fator preocupante para os envolvidos. Ela conta que a pausa nas atividades afetará tanto o ensino das instituições beneficiadas quanto o desenvolvimento de muitos dos bolsistas, sendo que a prática em sala de aula prepara os acadêmicos para o mercado de trabalho. “Reformulações podem ser necessárias, mas precisam ser ouvidos os Pibidianos. Com todo esse tempo que já estamos atuando, eles já têm noção do que é melhor para a comunidade e para a formação deles”, destaca.
A opinião dos pibidianos
No total, Urcamp, Unipampa e Uergs somam, em todos os campi, mais de 500 bolsistas no Pibid. A estudante pela Unipampa, Catiucia Funari, explica que, além das questões já citadas, a extinção do programa também prejudicará os acadêmicos que utilizam o dinheiro recebido da iniciativa para custear o transporte, moradia ou pagar contas.
De acordo com a acadêmica da Urcamp, Marina Teixeira, em seu período no Pibid foi apresentada à realidade das escolas. Como isso, disse ela, percebeu que em função dos métodos abordados, com atividades diferenciadas, até os alunos mais fechados ao contato com os professores se tornaram mais interessados e conseguiram se abrir com os bolsistas, fator que foi repercutido com o aumento nas notas. A bolsista enfatiza que, no caso da Urcamp, muitos pibidianos utilizam a bolsa para pagar as parcelas da faculdade, o que pode acarretar em problemas financeiros não previstos até então.
Buscando alternativas
Segundo a coordenadora Ângela, a Urcamp já está tratando de marcar uma reunião com as Secretarias de Educação dos municípios onde são localizados os campus da universidade, para discutir a possibilidade das prefeituras continuarem apoiando a iniciação de docência em suas escolas. A informação dos estudantes da Unipampa confirma que a instituição também está tentando contato com as Coordenadorias Regionais de Educação, para manter seus bolsistas nas instituições estaduais.