Cidade
Feira do Livro também abre espaço para artes cênicas
Com milhares de páginas disponíveis para os leitores, a 20ª Feira de Bagé se consagra como o maior evento voltado à literatura do município. Mas além de incentivar o hábito saudável da leitura, a programação também exalta as artes cênicas.
Para os grupos de teatro, subir ao palco da feira significa o reconhecimento das artes cênicas, em uma cidade que, atualmente, não possui um espaço específico. Enquanto o projeto da construção do teatro municipal não se torna concreto, o jeito é improvisar e criar espaços alternativos para as apresentações.
A diretora do Grupo Theastai de Teatro, Manuela Garcia, destaca a visibilidade que o trabalho recebe após as apresentações em eventos do porte da feira do livro. Na quinta-feira, encantou o público com o espetáculo "A Reciclagem no reino de Renascença". “Foi muito importante porque dá maior visibilidade ao grupo, o que pode trazer trabalhos maiores. E é disso que os grupos de teatro de Bagé precisam: apoio de trabalho e, principalmente, financeiro, para que possamos investir nos nossos grupos”, destaca.
Manuela comenta, também, que há uma diferença entre o público da feira e o que geralmente prestigia as apresentações teatrais. “Apresentar em uma feira significa apresentar o trabalho para um público que talvez nunca tenha visto uma peça”, diz.
Diretor da Companhia de Teatro Parceiros, Denildo Miranda, também afirma que as apresentações em eventos voltados ao público são uma forma de incentivar maior contato do público com as artes cênicas, com garantia de espaço e infraestrutura adequada. Este ano foi o quarto que a companhia entrou na programação da feira, desta vez com a peça “Os Três Porquinhos”, apresentada no sábado passado.
“O local mais próximo que temos é o Teatro Santo Antônio, que é distante do centro. Em qualquer apresentação, temos de nos preocupar com estrutura, iluminação, som, o que torna caro e não compensa. Por isso que eventos como a feira são importantes, uma oportunidade de mostrar nosso trabalho”, avalia.
A gerente da unidade do Sesc/Bagé, entidade idealizadora da feira, Liziane Mieres dos Santos, explica que a programação é diversificada justamente para englobar o maior número de manifestações culturais possíveis, em uma grande festa cultural. “Não focamos apenas na literatura escrita porque a literatura permeia todas as artes, como cinema e teatro. Através dessas artes, buscamos formar um novo leitor através da ludicidade”, diz.
Programação
7 de outubro (sábado)
15h – “Cantação” de Histórias – com Samuel Sodré;
16h – Minicurso de Introdução à Literatura Fantástica – com João Pedro Rodrigues Santos;
16h – Palestra "O escritor de mídias: produzindo roteiros para games, desenhos animados e histórias em quadrinhos" - com Christopher Kastensmidt;
17h – Palestra “A alegria da escrita” – com a escritora Letícia Wierzchowski;
18h – Espaço Feira em Debate
Tema: História do Rio Grande do Sul
Convidados: professora doutora Maria Medianeira Padoin (UFSM), professor doutor Edgar Gandra (UFPel), professor doutor Júlio Quevedo (UFSM) e Gustavo Andrade (UFSM).
Organização e mediação: professor mestre Ivan César dos Santos Pinheiro;
20h – Palestra Show Motivacional – com Samuel Sodré.
8 de outubro (domingo)
15h – “Cantação” de Histórias – com Samuel Sodré;
17h – Palestra Show Motivacional – com Samuel Sodré;
18h – Espaço Feira em Debate
Tema: Desafios da educação pública na atualidade
Convidados: professor doutor Alessandro Bica (Unipampa), professora doutora Mirna Martinez (UERGS) e professora doutora Diana Freitas (Unipampa).
Organização e mediação: professor mestre Ivan César dos Santos Pinheiro;
20h – Show de encerramento: “Grande noite dos fados” – com a portuguesa Joana Reais;
Exposição fixa: Projeto "Rabiscando o RS" - Franciel J. Lucca.