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Bagé de outrora

Em 04/05/2024 às 17:10h, por José Carlos Teixeira Giorgis

Entre as primeiras narrativas sobre Bagé, e assim fontes primárias sobre sua história, se alinham os relatórios que os administradores municipais divulgavam. Eram prestações de contas em que os redatores sempre iniciavam com um histórico do município. Assim aconteceu com os Apontamentos Históricos da lavra de João Antônio Cirne ou Vicente Lucas de Lima e outros.

Na cronologia destes relatos, também se insere um longo texto intitulado “Bagé, trinta anos”, de autoria desconhecida, publicado em jornal de Pelotas, que faz uma visão crítica do que aconteceu e com boa referência às nossas coisas. Desvela-se ali que as melhores chácaras eram as do Capitão Pedro Luiz Osório, do português Agostinho Almeida e de Henrique Cunha, sendo a primeira a de maior destaque mercê do cultivo de uma abundância de legumes e frutas.

A maioria dos terrenos eram tapados com arames e, curiosamente, seus proprietários não os plantavam, eis que os detinham para a venda. Assim, em 1879, andou por aqui o senhor Antonio Machado Bruno, procurador dos herdeiros de Joaquim do Nascimento Alves Nóbrega e outros, para a liquidação dos campos dos Rincões, Santa Tecla e Cavalhada. Estes campos foram doados a Paulo José da Silva Gama, o Barão de Bagé; e como este fixara residência em Lisboa, seus sucessores venderam os mesmos por quantia insignificante, possivelmente por desconhecer seu real valor.

Durante oitenta anos, estes imóveis foram habitados por intrusos, que apresentavam escrituras duvidosas ou apelavam para o direito de posse. Em vista do prestígio do Barão de Bagé, as demandas de seus descendentes foram sempre vitoriosas, por anos se discutindo nos tribunais, e embora os ocupantes também litigassem com bons advogados, gastassem todas as suas economias e, no final, foram obrigados a desocupar ditos bens ou os compraram dos sucessores do Barão, havendo também muitos que tiveram de lamentar muitas vidas preciosas que sucumbiram “vítimas da bala e da espada”.

Havendo, pois, forte reação dos posseiros, surgiu o argumento que eles já estavam incorporados ao município, inclusive contestando artigos que o senhor Bruno escrevia. Chegando os protestos ao conhecimento do governo, entendeu o mesmo de suspender provisoriamente a concessão de terrenos na cidade, o que paralisou muitas obras e construções, ante o temor de edificar em imóvel alheio e depois ser defenestrado, mesmo com documento hábil. Ante a firmeza do governo, os herdeiros do Barão de Bagé trataram também de entender-se com o ente público que, no caso, aconselhava a levar a querela para os meios judiciais, além de cobrar um foro pelo uso do imóvel. E assim, nestes conflitos se foi aparelhando o patrimônio de cada um.

Bagé, na época, era uma aldeia, os prédios rústicos, em número de 250. Haviam três ruas e duas praças. Mais tarde já se elencavam cinco praças (Matriz, Santos Lugares -cemitério, Voluntários da Pátria, Constituição e Silveira Martins), nenhuma ajardinada para utilização pública. Curiosamente, a que depois foi beneficiada foi a Praça dos Voluntários da Pátria, hoje Praça Silveira Martins, originalmente alambrada e teve plantio de acácias e cinamomos. Determinada noite, malfeitores rodearam as árvores com palhas e atearam fogo. A cerca em torno da praça durou poucos anos após, tendo os moirões e arames sido arrancados por ordem da Câmara Municipal.

A Praça da Matriz, por ser pequena e necessária para manobras nos dias de festejos nacionais, não se beneficiou de jardins, mas foi arborizada em circunferência e instaladas bancada para descanso do público. A Praça Silveira Martins situava-se à frente da estação da via férrea. O Cerro do Candal não permitia trânsito de veículos, havendo nas margens dos dois ribeiros que o limitam numerosas casinhas, cujos terrenos foram cedidos pela Câmara a pessoas desfavorecidas. Diz o autor do texto que “é bonito e pitoresco dar um passeio pelos arrabaldes da cidade”.

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