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A igreja dos padres

Em 04/05/2024 às 17:10h, por José Carlos Teixeira Giorgis

Bagé nasceu de um acampamento militar, o que definiu sua origem histórica, mas outro fato ganha significativo relevo, a entronização da imagem de São Sebastião na capela primitiva, o que condiciona a sua apropriação territorial. O seu lugar. Na praça em que se ergueu o ambiente de prece habitaram as primeiras instalações, ali ocorreram os episódios pioneiros e se consagrou o “centro” para definir o coração pulsante da atividade administrativa.

Em 1873, chegaria ali um religioso. Vinha por um ano, mas ficou trinta e quatro períodos de exercício: o cônego João Ignácio Bittencourt. A paróquia estava desorganizada. Desde a liberação dos sinos, ainda na alfândega, o cônego meteu o bedelho em muitos setores. Mexeu com a atividade das quinze mil almas, completou a obra do templo, reformou o cemitério, patrocinou um orfanato, rezou missa para a princesa Isabel, lá em 93 mediou a paz, morreu depois de um vicariato caracterizado por muitos trabalhos. Trouxe para Bagé as freiras e os salesianos. Morto, foi venerado no átrio da igreja. Para substitui-lo, Dom Cláudio José, bispo de Rio Grande, chamaria outro campeão: o padre Hyppólito Costábile, que fora vigário da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, onde criara uma escola paroquial e entre numerosas atividades relacionadas com a educação promovera a vinda para o Brasil dos Irmãos Maristas.

Em 1904, Costábile organizou junto à sacristia do templo da capital uma escola, entregue aos discípulos de Marcelino Champagnat que já haviam se instalado em algumas cidades, como Bom Princípio, São Leopoldo, Santa Cruz, Taquara. O progresso desta escola foi tamanho que acabou, em outro bairro, se transformando no hoje Colégio Nossa Senhora do Rosário, embrião da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Esse é um fato pouco conhecido da comunidade. Monsenhor foi o mentor intelectual da vinda dos maristas para o Estado, e assim de sua influência intelectual em gerações gaúchas. Em Bagé, repetiu a criação de uma escola para crianças pobres, tentou atrair os maristas, sem maior êxito, pois as numerosas despesas acabariam por sacrificar os recursos do próprio religioso, que se vê obrigado a suspender as aulas por falta de professores. Isso ocorreu em 1911, as escolas particulares tinham mais de mil e oitocentos matriculados (Auxiliadora, Espírito Santo, Escola de Artur da Silva Lopes e de Francisco Pinto de Azambuja Neto, etc.). Os maristas se retiram.

Não há dúvidas que o insucesso se deveu, também, ao progresso e acolhimento do colégio Auxiliadora dos salesianos, já existente. Na década de sessenta, ex-alunos maristas aqui existentes, tentam trazê-los de retorno, o Irmão José Otão, reitor, vem a Bagé, adquire um terreno nos subúrbios para fundar um estabelecimento de ensino, depois desiste. O setor estava já bem ocupado pelos salesianos e pelas freiras. Graças ao cônego Bittencourt.

O sacerdote, após 1900, estava preocupado com a educação dos jovens. Ele já liderara o movimento para a criação da Santa Casa, de que fora o primeiro provedor. E muito contribuíra para a vinda das Irmãs Franciscanas (1905). Conversa vai e vem, soube dos trabalhos dos salesianos de Dom Bosco pelo mundo, e especialmente no Uruguai. Procurou, então, ao intendente José Octávio Gonçalves, que se solidariza com a ideia. Mais que isso: o cônego faz nascer o entusiasmo em dona Maria Carolina Neto Gonçalves, esposa de José Octávio, que se incorpora com seu entusiasmo, arrastando outras mulheres da sociedade. Forma-se uma Comissão para angariar donativos: o Vigário João Ignácio, Plácido Silveira, o coronel José Bonifácio da Silva Tavares, tenente-coronel Henrique Tavares, Silvano Corrêa, tenente-coronel Favorino Mércio Pereira e doutor Cândido Bastos. Seguem-se muitas reuniões, o Superior dos Salesianos concorda, mas as Inspetorias da Ordem são distantes, fixa-se o interesse então na secção do Uruguai. Em 15 de fevereiro de 1904, oriundos de Montevidéu, chegam os salesianos. São os padres André Dell’Oca, Ezequiel Fraga, João Ilardia, Roberto Germano, Clérigo Manuel Ferrando, Clérigo Felipe Petrini e Irmão Coadjutor Marcello Ratto. Vinham acompanhados pelo Inspetor salesiano Uruguai o Padre Gamba.

O intendente José Octávio, atendendo a solicitação do cônego, em 23 de fevereiro de 1904, concede a propriedade de terrenos cedidos pelo Município para a construção do colégio, passando dito patrimônio ao Padre Gamba, legítimo representante da Congregação. No dia seguinte foi oficiada missa solene na igreja São Sebastião. Houve o lançamento da pedra fundamental e festividades comemorativas. Começam as obras do colégio (continua).

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