MENU

Identifique-se!

Se já é assinante informe seus dados de acesso abaixo para usufruir de seu plano de assinatura. Utilize o link "Lembrar Senha" caso tenha esquecido sua senha de acesso. Lembrar sua senha
Área do Assinante | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

Ainda não assina o
Minuano On-line?

Diversos planos que se encaixam nas suas necessidades e possibilidades.
Clique abaixo, conheça nossos planos e aproveite as vantagens de ler o Minuano em qualquer lugar que você esteja, na cidade, no campo, na praia ou no exterior.
CONHEÇA OS PLANOS

Colunistas

Diones Franchi

  • Jornalista e Mestre em História

A lenda do Monstro da Panela do Candal

Em 04/05/2024 às 17:10h, por Diones Franchi

Diziam existir, em Bagé, na Panela do Candal, localizado próximo à igreja Catedral de São Sebastião, um monstro com a forma de uma grande cobra, que há muito tempo, vivia tranquilo nos cerros do município.

Nesse local havia um rio de respeito, grande e majestoso. Nesse rio, vivia um monstro que não agredia, nem matava e não tinha dentes e nem garras. Pouco se afastava de perto dos rios, procurando as funduras maiores onde seu corpo coubesse. Ao entrar nas águas estas marulhavam como se estivessem gemendo, esparramando-se pelas margens, sacudindo-se de ondas.

Mesmo não agredindo ninguém, a grande cobra era caçada pelos soldados do tenente-general Dom Diogo de Souza. Por isso a criatura veio morar na Panela do Candal, uma região próxima ao Arroio Bagé. O monstro em forma de cobra gigante cavou um buraco, formando um túnel e dizem que vive até hoje nesse local.

O aldeamento começou a se formar, e o povoado passou a freguesia, multiplicando-se a população. Por isso a poucos metros da Panela do Candal, foi construída uma capelinha de São Sebastião, onde hoje em dia é a catedral da cidade. Crescia para ele o risco, e desapareciam as possibilidades de ainda poder sair, para ter um pouco que fosse de liberdade e sossego.

Em certo dia a criatura surgiu despencando as portas da capelinha, destruindo tudo que enxergava pela frente, confrontando os povoadores da nascente da cidade. Foi nesse momento que o monstro em forma de cobra, foi ferido por uma lança de um jovem soldado, arrancando o seu olho. Perdido e sem alternativa ele fugiu transportando-se pelos ares, jogando-se novamente na Panela do Candal.

A partir disso, a grande cobra se afugentou no buraco na Panela do Candal, colocando apenas a cabeça de fora da água para respirar. Sentindo-se ameaçado, o monstro feio, caolho e pacífico, continuou escavando e aumentando o túnel, pois precisava espichar-se, descansar e locomover-se. Até que um dia, cansado de ser caçado e de ficar preso embaixo da terra revoltou-se, atacando uma carroça com dois cavalos e o rapaz que a guiava, fazendo-os desaparecer nas águas, esmagando-os e arrastando-os para o subterrâneo.

Segundo a lenda, muitas pessoas que passavam pelo local, sumiram, entre elas, uma lavadeira, uma criança de um circo, dois militares, um pescador, tropeiros, infinidade de novilhos e cavalos de raça, bois mansos, vacas e terneiros, tantas e tantas vidas foram ceifadas. Além de antigas embarcações, carretas e carroças que nunca mais foram vistas, sumiram sem rastro deixar, sem que nem os cadáveres e nem os veículos jamais fossem encontrados.

Muitos dizem que até hoje, o monstro da Panela do Candal vive em um túnel abaixo da Catedral de São Sebastião. Ele simplesmente percebeu que se fosse apenas pacífico e brando, não teria sobrevivido, diante da vida que lhe ensinou a lutar.

Baseado na obra de Pedro Waine.

Referências:
WAINE, Pedro. Lagoa da Música – Coletânea de contos, 1955

Leia Também...
Uma publicação exemplar (Parte 1) Anteontem por José Carlos Teixeira Giorgis
Quem é responsável pela reparação do boleto falso? Anteontem por Vilmar Pina Dias Júnior
As madeleines Anteontem por José Carlos Teixeira Giorgis
Dois Peraus Anteontem por Guilherme Collares
Minuano, o início Anteontem por José Carlos Teixeira Giorgis
PLANTÃO 24 HORAS

(53) 9931-9914

jornal@minuano.urcamp.edu.br
SETOR COMERCIAL

(53) 3242.7693

jornal@minuano.urcamp.edu.br
CENTRAL DO ASSINANTE

(53) 3241.6377

jornal@minuano.urcamp.edu.br